O Grêmio surpreendeu nesta semana ao anunciar a compra de parte da dívida pela construção da Arena. O anúncio não ocorreria na terça-feira como, de fato, aconteceu. Porém, a partir do questionamento da coluna à direção do Tricolor, o clube mudou a estratégia e publicou uma nota confirmando a operação.
Outros movimentos virão. A aquisição do crédito do Banrisul foi apenas "uma peça no tabuleiro" como foi dito por um integrante da direção.
Mas a antecipação da gestão da Arena não será o próximo passo a ser dado. Neste momento, o foco é no campo. O Tricolor quer terminar bem o ano de 2024. Em paralelo, o objetivo é resolver a situação envolvendo as obras do entorno do estádio, que até hoje estão inconclusas.
O governo federal já sinalizou que se responsabilizará pelas intervenções. O poder público faria a obra e depois as empresas Karagounis e OAS 26 indenizariam o poder público a partir da ação do Ministério Público na Justiça.
Uma primeira reunião já foi realizada com integrantes do Ministério Público Estadual, Defensoria Pública, Grêmio e prefeitura de Porto Alegre. Um novo encontro deve ocorrer em novembro.
Pontas soltas
Para assumir a Arena, e entregar o estádio Olímpico, o Grêmio ainda precisa resolver uma série de pendências. Se quiser antecipar a gestão da nova casa, o clube precisa ressarcir a Arena Porto Alegrense.
O Grêmio ainda tem de pagar em torno de R$ 160 milhões para a empresa até dezembro de 2032. Mas se especula que a gestora da Arena aceitaria receber R$ 60 milhões à vista e entregar a administração do estádio ao Tricolor.
Outro problema envolve o risco do estádio ir a leilão. A SDG II Fundo de Investimento em Direitos Creditórios Não Padronizados tem a receber R$ 150,9 milhões da Arena Porto-Alegrense.
Porém, não há garantias que esse valor será quitado. O fundo de investimentos, então, deverá manter a ação na Justiça que penhorou o estádio. A coluna conseguiu apurar que, atualmente, estes investidores não aceitariam repassá-la sem antes receber em torno de R$ 100 milhões.