Criticado por alguns, que avaliam que as sugestões trazidas pela comitiva de holandeses foram previsíveis, o relatório que apontou as falhas no sistema de proteção contra as cheias de Porto Alegre não recebeu dinheiro público. A garantia é do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae).
De acordo com a autarquia municipal, o diagnóstico dos especialistas do Programa de Redução de Risco de Desastres dos Países Baixos foi proposto em janeiro, quando se avaliava discutir propostas sobre o sistema de drenagem, e, após a enchente, foi executado entre os meses de junho e julho com enfoque no sistema de proteção contra as cheias. Os custos pelo diagnóstico foram arcados pelo Governo dos Países Baixos.
Profissionais holandeses serão pagos, mas por outro serviço que prestarão para a prefeitura. Nele, uma avaliação mais detalhada sobre os moradores da região das ilhas será apresentado.
Um termo de cooperação bilateral foi assinado por meio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) com a universidade holandesa TU-Delft. Um plano urbanístico das ilhas de Porto Alegre será confeccionado.
O estudo será apresentado em quatro meses. Nele haverá soluções de reassentamento, regularização fundiária, adaptações para as moradias e obras necessárias para minimizar os impactos das cheias no bairro Arquipélago.
Um segundo plano urbanístico, a ser realizado em um prazo de um ano e meio, vai definir um planejamento urbano específico para a região, além de um plano sobre obras estruturais como intervenções viárias e saneamento. O objetivo é minimizar o impacto das cheias do Guaíba no futuro.
Por este último estudo, os holandeses deverão receber R$ 7,5 milhões. O contrato está em vias de ser assinado pela Secretaria de Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade de Porto Alegre (Smamus).
Primeiro relatório dos holandeses
Os principais pontos detectados foram problemas nos diques de Porto Alegre, falhas nas estações de bombeamento e nas comportas e fragilidade no complexo de defesa da metrópole. Os holandeses também apontaram sugestões, como medidas a curto prazo: garantir um sistema de bombeamento temporário e preparar um plano abrangente de resposta a inundações de várias entidades. Entre as ações estruturais a longo prazo, sugeriram o aumento dos níveis da infraestrutura de proteção contra inundações dos diques e estações de bombeamento.