Um avião vai chamar a atenção dos porto-alegrenses no próximo mês. A aeronave não portará logotipo das tradicionais empresas aéreas que frequentam o aeroporto Salgado Filho.
O veículo pertence à Força Aérea Brasileira (FAB) e faz parte do Grupo Especial de Inspeção em Voo (Geiv). Em 30 de maio, o avião fará a inspeção e aferição dos equipamentos que auxiliam a navegação aérea no aeroporto Salgado Filho. Neste procedimento, a aeronave sobrevoa o aeroporto diversas vezes durante o mesmo dia.
Na ocasião, será feita a inspeção das luzes de aproximação da pista (PAPI - Precision Approach Path Indicator). Segundo o comando da Aeronáutica, a aferição verifica a qualidade dos sinais destes equipamentos em voo, fazendo análises, medições e, quando necessário, correções para que atendam aos parâmetros previstos.
O motivo da fiscalização é que, desde janeiro, o aeroporto não conta com o equipamento que auxilia pousos e decolagens, o chamado de ILS-CAT II. Uma peça do sistema que monitora os voos do terminal foi avariada após o temporal que atingiu a cidade naquela ocasião, e ainda está sendo substituída.
O reparo do equipamento está sendo finalizado. Depois de reinstalado, o sistema ainda precisará passar pela homologação da aeronáutica, que é feita com estes voos do avião do Geiv.
Recorrente
Não é a primeira vez que esse avião faz essas manobras na Capital. Uma das últimas vezes foi em outubro de 2022. Na ocasião, o Geiv testou os equipamentos de auxilio à navegação aérea do Salgado Filho, o chamado ILS (sigla em inglês, Instrument Landing System, ou sistema de pouso por instrumentos).
Antes disso, em 2018, e no ano anterior, testes semelhantes também foram realizados na região.
Como funcionam os CATs
Chamado de ILS, categoria II - do inglês Instrument Landing System -, o equipamento se comunica com os aviões e permite operação mesmo em condições adversas. O sistema funciona por frequência de rádio e auxilia o piloto a centralizar a aeronave em relação à pista. Quando a cerração é fraca o ILS CAT I pode ser usado. Ele auxilia o piloto a chegar a 60 metros de altura quando este tem uma visibilidade de 800 metros. Se a visibilidade é menor, entra em ação o ILS CAT II, que opera em circunstâncias piores: quando o avião está a 30 metros do solo com apenas 400 metros de visibilidade à frente.