O preço da passagem de ônibus em Porto Alegre para 2024 já domina as atenções da prefeitura. Após a definição sobre o reajuste dos rodoviários - que aceitaram receber a reposição da inflação, renovação do plano de saúde sem elevação e aumento no valor do vale-refeição -, cálculos são feitos para saber qual será o impacto financeiro.
Mas há um ponto de partida que deverá ser buscado. A ideia é segurar novamente o valor da passagem em R$ 4,80. A última vez que a tarifa subiu foi em abril de 2021, quando saiu dos R$ 4,55.
Não será surpresa, inclusive, se houver anúncio de redução. O número de cobradores vem diminuindo, o que impacta diretamente na composição da tarifa. A venda da Carris, também, é uma medida que dá fôlego aos caixas da prefeitura.
O estudo que está sendo realizado pela equipe técnica da prefeitura busca saber quanto mais será preciso pagar em subsídio para segurar o preço. A expectativa é que a definição seja anunciada nos primeiros dias de março.
Em 2022, a prefeitura pagou R$ 122 milhões em subsídios para o transporte público. Este valor subiu no ano passado. A projeção indicava que seriam gastos R$ 124 milhões.
Balão nos vereadores
Em 2023, após ter comunicado os vereadores da base de apoio na Câmara Municipal que a passagem de ônibus sofreria aumento em Porto Alegre, o prefeito mudou de ideia e decidiu manter o vale da tarifa em R$ 4,80. De acordo com Sebastião Melo, isso foi possível porque a prefeitura decidiu aumentar ainda mais o valor que é repassado para o transporte público. Na ocasião, Melo informou que a tarifa — sem subsídio — deveria já estar custando R$ 5,70.
Fim de conselho
Desde o ano passado, a definição do valor da passagem de ônibus da Capital não passa pelo Conselho Municipal de Transportes Urbanos (Comtu). Em 2023, porém, a legislação ainda determinava este rito, que não foi seguido.
Para oficializar a mudança, os vereadores aprovaram a substituição do órgão para Conselho Municipal de Mobilidade Urbana (Commu). A principal alteração define que o conselho deixou de ter a obrigatoriedade de aprovar o valor definido pela prefeitura de Porto Alegre. Nas novas regras, o Executivo fixa a tarifa por decreto e, posteriormente, o processo será enviado ao legislativo municipal e ao novo conselho para apreciação.