O feriadão de Ano Novo levou, mais uma vez, milhões de pessoas para as rodovias gaúchas. Somente pela freeway, segundo levantamento da CCR ViaSul, passaram mais de 423 mil veículos na ida e na volta do Litoral Norte.
Motoristas enfrentaram mais de 20 quilômetros de congestionamento nos dias de maior movimento. As três faixas da freeway, em cada sentido, ficaram congestionadas por conta da quantidade de veículos que tinha como destino a praia ou a Região Metropolitana.
Uma solução para melhorar o tempo de permanência dos usuários na rodovia seria usar as pistas do sentido oposto para ajudar no deslocamento dos veículos. Essa opção já foi adotada na década de 1980 na freeway.
E por que ela não pode ser utilizada novamente? A CCR ViaSul informa que têm estudos em desenvolvimento sobre essa opção. Para poder implementar a mudança, a concessionária precisaria sinalizar as pistas com cones, mostrando quais faixas seriam usadas para um sentido e quais seriam destinadas para o outro lado de deslocamento.
Em situações atípicas, quando acidentes causam bloqueio total de pista, a CCR ViaSul e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) direcionam o tráfego para o sentido contrário.
Porém, a empresa informa, que não pretende tirar a ideia do papel em casos de grandes deslocamentos. O motivo? Os riscos que a medida poderia trazer para a segurança dos usuários.
"Em condições em que não há bloqueio total, haveria a necessidade da avaliação de uma série de fatores, primando pela segurança dos motoristas. No caso da freeway, sendo esta uma rodovia de fluxo extremamente intenso e de alta velocidade, especialmente em períodos de feriado, a mudança de sentido do fluxo sem um separador físico na mediana não é uma condição adotada, haja visto que traria um risco do aumento da gravidade em situações de acidente", informa a CCR ViaSul.
A concessionária lembra que, a partir de 2031, irá executar a construção da quarta faixa da freeway, entre Gravataí e Osório. Essa obra, prevista em contrato, dará maior fluidez na rodovia, segundo a empresa.
Enquanto isso, a concessionária orienta que quem for pegar a freeway programe a viagem afim de evitar imprevistos e horários de maior fluxo. Se isso não for possível, a CCR ViaSul pede que o motorista tenha "paciência e prudência" para chegar até o seu destino.
Reajuste extra
A decisão é compartilhada pelo professor, engenheiro e especialista em planejamento e economia de transportes Luiz Afonso Senna. Ele destaca que seria necessário alterar toda a sinalização da rodovia.
- Sou absolutamente contra. A medida é extremamente cara e insegura. Adotar uma solução como essa, em frotas diferenciadas à decada de 80, levaria à riscos absolutamente desnecessários.
O professor avalia, inclusive, que a medida poderia trazer um reajuste extra ao pedágio. "E tudo isso para dois ou três dias por ano", conclui Senna.