O governo do Estado viu frustrada a tentativa de repassar a administração do Jardim Botânico de Porto Alegre para a iniciativa privada. As propostas seriam recebidas nesta segunda-feira (19).
Porém, de acordo com o secretário executivo de Parcerias do Rio Grande do Sul, Marcelo Spilki, ninguém se apresentou. O governo até havia alterado a data da disputa atendendo pedido de interessados.
- Algumas empresas que estavam engajadas no projeto acabaram desistindo em função do cenário econômico. A alta de juros acaba afugentando os investidores - avalia Spilki.
Agora, o governo deverá reavaliar o momento, e as condições de mercado, e relançar o edital no ano que vem. O projeto não deverá sofrer alterações.
A concessão do parque tem previsão de investimentos de aproximadamente R$ 247 milhões, e teve o processo de modelagem realizado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com apoio do consórcio Araucárias e do Instituto Semeia. O contrato tem previsão de duração de 30 anos.
Assim como determinou nos parques da Serra, o edital não prevê o valor do ingresso. A avaliação do tíquete será feita pelo vencedor da disputa. Atualmente, o bilhete custa R$ 6 para adulto - há desconto para idosos e estudantes. O valor para entrar com o carro é de R$ 11.
O vencedor terá liberdade para vender pacote de ingressos antecipado para agências e operadoras de turismo. Nos dias de maior movimento ele pode colocar o ingresso um pouco mais alto e, durante a semana, poderá dar um desconto.
A outorga mínima para concessão será de R$ 128,9 mil, além de parcelas mensais correspondentes a 1,05% da receita operacional bruta, a partir do 13º mês da operação. Os recursos mensais serão aplicados em ações como educação ambiental, programas de pesquisa visando à conservação e preservação das espécies, cursos e ações de capacitação, iniciativas relacionadas às coleções especiais e programa de voluntariado.
Para participar da concorrência, os interessados devem comprovar experiência de 12 meses em gestão de atrativos similares. Os ativos administrados pelos candidatos devem ter fluxo médio mínimo de 26 mil usuários por ano.
O novo administrador deverá manter o Museu de Ciências Naturais e reformar o pergolado, além de construir um jardim sensorial. Foram feitas apenas pequenas adequações do que estava previsto no estudo de concessão.
64 anos
O Jardim Botânico de Porto Alegre completou 64 anos em setembro. O parque tem 36 hectares e conta com o Museu de Ciências Naturais, incluindo laboratórios, salas de exposições e de coleções científicas, formando um acervo diversificado de exemplares de animais, plantas e fósseis. Segundo o governo gaúcho, hoje ele é considerado um dos cinco maiores jardins botânicos brasileiros.