Um dos locais preferidos dos pichadores em Porto Alegre voltou a ser visitado recentemente. O Viaduto Otávio Rocha, localizado no Centro Histórico, pouco resistiu.
Novos rabiscos foram feitos em paredes que há pouco tempo foram pintadas pela prefeitura. As cores em cima da nova tinta são facilmente identificadas.
Há três semanas, uma limpeza começou a ser feita na estrutura - inaugurada em 1932 e restaurada em 2001. Parte da parede dos 270 metros do elevado foi pintada.
Um levantamento feito pela Secretaria Municipal de Planejamento e Assuntos Estratégicos (SMPAE), antes do serviço de limpeza - quantificou os rabiscos nas paredes do elevado. São 747 pichações, sendo 286 no lado centro-bairro e 461 no sentido oposto.
Investigação
Após queixas recebidas, o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) solicitou informações à prefeitura. Uma notícia de fato foi instaurada, que é um procedimento antes da abertura de um inquérito civil.
A reclamação que chegou na promotoria do Meio Ambiente é que a pintura usada não teria aprovação prévia da Equipe do Patrimônio Histórico Cultural (EPAHC). Menciona também que o revestimento do viaduto é argamassa do tipo "cirex", que não deveria receber pintura.
A resposta ao MP está sendo construída pela SMPAE. Mas a secretaria já informou que não estava ocorrendo uma revitalização no viaduto. A pintura tinha o objetivo, apenas, de retirar o aspecto de sujeira e abandono até a realização da intervenção maior, que está sendo elaborada.
A limpeza deveria durar dois meses. Porém, a pintura foi suspensa poucos dias depois de iniciada. E assim deve permanecer até que a situação seja esclarecida.
A revitalização está orçada em R$ 16 milhões. A SMPAE garante que ela seguirá todos os protocolos. O projeto está na fase de captação de recursos. Quando isso ocorrer, o Cirex será todo refeito, já que o revestimento de hoje não tem mais conserto.