Vai demorar um pouco mais de tempo para que o governo do Estado consiga tomar posse das salas do prédio da Superintendência de Portos e Hidrovias (SPH), no Centro Histórico de Porto Alegre, que ainda estão de posse da empresa Cais Mauá do Brasil (CMB).
A garantia é do sócio-diretor da LAD Capital, Luiz Felipe Favieri. A empresa é responsável pelo fundo de investimento que foi formado para juntar os recursos que seriam usados na revitalização
Diferente do entendimento do governo, Favieiri destaca que a CMB ainda não desocupou os escritórios do Cais Mauá, na orla do Guaíba. Ele não tem retornado aos representantes do governo, mas encaminhou mensagem para a coluna informando que, somente na semana passada, foi protocolada uma petição junto ao processo de contestação do rompimento iniciando a desocupação. Favieri destaca que ainda não há data para que as salas sejam devolvidas, mas que tudo acontecerá "sob os olhares da justiça".
- Vale ressaltar que o endereço do principal acionista é em São Paulo, o que atrapalha nesse processo por conta das restituições de circulação existentes - destacou Favieri.
Segundo ele, o prédio só está vazio por conta da pandemia do coronavírus. Os pouco trabalhadores que sobraram estão fazendo isso de maneira remota. Apenas uma ou duas vezes por semana, quando há necessidade de se buscar algo no escritório, é que algum funcionário aparece nas salas da SPH.
Na semana passada, a Superintendência dos Portos do Rio Grande do Sul informou que notificou a CMB para que ela apresentasse um representante para acompanhar uma vistoria que precisa ser feita no prédio da SPH. A empresa ignorou o pedido. O governo vai voltar a entrar em contato, pois tem o interesse que a vistoria ocorrerá nos próximos dias.
O contrato foi rescindido de forma unilateral pelo Palácio Piratini em maio de 2019. A empresa questionou na Justiça e perdeu. Depois de decisões desfavoráveis, a CMB divulgou que não iria mais recorrer da rescisão. O foco da empresa deverá se voltar a uma ação indenizatória pelo cancelamento do vínculo que foi assinado em 2010 e deveria durar 25 anos.
O governo trabalha, junto com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) na modelagem financeira do novo edital que será lançado para recuperar a área. Também está sendo construído o novo contrato com os sócios do projeto Embarcadero. As obras estão em andamento, serão concluídas em breve, mas não há ideia ainda de quando o espaço será aberto ao público.