Não há como não perceber. Há algumas semanas, todos os vagões dos trens da Trensurb, novos e antigos, foram adesivados com uma bandeira do Brasil. O símbolo patriótico foi instalado do lado externo, próximo às portas.
A ideia não foi uma determinação do presidente da República, Jair Bolsonaro. Tampouco partiu do diretor-presidente da companhia pública, David Borille.
A sugestão foi iniciativa de um grupo de engenheiros da empresa. Em viagem a Nova York, nos Estados Unidos, eles viram bandeiras norte-americanas no metrô.
De volta a Porto Alegre, os servidores levaram a ideia ao diretor-presidente da Trensurb, que concordou com a iniciativa. O próprio Borille já havia determinado a colocação de uma bandeira no alto do prédio da empresa, na Capital, há um ano e meio.
A Trensurb gastou aproximadamente R$ 3 mil com a compra das bandeiras. A adesivagem foi feita pelos funcionários da manutenção. O curioso é que a ação patriótica acontece no momento em que o governo Bolsonaro define as medidas para privatização da companhia.
Em setembro de 2019, um decreto assinado por Bolsonaro incluiu a Trensurb no Programa de Parcerias de Investimentos da Presidência da República (PPI) e no Programa Nacional de Desestatização (PND). Antes disso, em maio, o Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos da Presidência da República (CPPI) avaliou que o serviço oferecido pela Trensurb precisa ser qualificado. Também precisa passar por uma expansão da "qualidade da infraestrutura pública".