A notícia circulou na quarta-feira (2) em Brasília e chegou até o gabinete do presidente do Grêmio, Romildo Bolzan. Depois de quase seis meses de espera, uma solução para as obras do entorno da Arena se aproxima.
A coluna apurou que a Caixa Econômica Federal está prestes a anunciar que dará o aval aguardado para que ocorra o desdobramento do caso. Desde abril, a empresa Karagounis tenta aprovar com o banco uma proposta que encaminhou à Justiça. A empresa pretende assumir a responsabilidade sobre as obras viárias previstas na região.
E os prazos estão terminando. Em julho, às vésperas do limite da data estipulada pela 10ª Vara da Fazenda Pública de Porto Alegre, a Karagounis pediu adiamento por mais 90 dias. A empresa tem apenas mais duas semanas e, até agora, não apresentou a documentação daquilo que se propôs a fazer.
Questionada, a Karagounis informou à coluna que ainda aguarda as confirmações necessárias. Também não disse se pedirá mais prazo à Justiça para apresentar a homologação do acordo com a Caixa.
A empresa tem como sócios a Caixa Econômica Federal, por meio do Fundo de Investimentos Imobiliários Caixa Desenvolvimento, e a OAS para realizar a construção de 900 apartamentos, distribuídos em sete torres residenciais, dentro do complexo da Arena. Cabe a ela também erguer um empreendimento residencial na área do antigo estádio Olímpico.
Em abril, a empresa se comprometeu a executar as obras do entorno da Arena e ofereceu como garantia principal uma área anexa ao estádio, avaliada em R$ 32 milhões. Ela também propôs fazer depósito antecipado, em conta judicial no nome do Município de Porto Alegre, no valor de R$ 1 milhão e hipotecar apartamentos de um dos empreendimentos residenciais que construiu. Os valores somados totalizam R$ 6 milhões e foi apresentado caso a empresa não consiga honrar com os custos de desapropriações e reassentamentos.
Se a Caixa aprovar, caberá à Karagounis realizar parte das melhorias previstas no licenciamento do complexo construído na região da Arena do Grêmio como contrapartida à concessão de cartas de habitação para as torres residenciais do empreendimento. Entre as obras incluídas no acordo estão a duplicação da avenida A. J. Renner, melhorias na rede de água e esgoto para atender futuros empreendimentos na região, reforma das paradas de ônibus locais e a construção de ciclovia.
O Grêmio acompanha diretamente essa movimentação que envolve empresa, prefeitura, Ministério Público e poder judiciário. No fim de agosto, Romildo e o advogado e conselheiro do clube Gladimir Chiele estiveram em Brasília reunidos com o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, e com o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, além de representantes da Caixa Econômica Federal. A partir da definição sobre essa negociação, o Tricolor irá encaminhar a compra da gestão da Arena 12 anos antes do previsto em contrato. E os cálculos já foram feitos (veja quanto e como o clube precisará investir).
E o clube quer resolver essa novela até o próximo dia 14. Nesta data vence o prazo da engenharia financeira montada pelos seis bancos envolvidos na compra do estádio. Depois desta data, um novo cálculo precisará ser feito para atualizar os valores, o que demandaria mais tempo, o que o Grêmio não deseja. Romildo já manifestou que o Tricolor quer resolver em 2019 este assunto.