Três meses depois de ter reiniciado, a ampliação da avenida Severo Dullius, na Zona Norte de Porto Alegre, poderá ser impactada novamente. Neste período, a prefeitura precisa atualizar o contrato com a construtora Procon, empresa responsável pela obra.
Estão sendo desenvolvidos três projetos: um prevendo um desvio no traçado por causa do Arroio Passo da Mangueira, outro planejando a ligação do trecho novo com a Rua Dona Alzira, e o último que trata da reconstrução de ponte sobre canal do Arroio Areia.
Eles devem ser concluídos ainda em outubro. Depois disso, a prefeitura precisa aprová-los, orçá-los e aprovar um novo aditivo. Se não for possível realizar essa atualização até janeiro de 2020, a obra deverá sofrer redução no ritmo dos trabalhos.
Atualmente, a construção está concentrada em um trecho de 500 metros. Em julho, a obra foi retomada depois de ter ficado três anos parada. Na ocasião, a prefeitura conseguiu aprovar e publicar um novo aditivo. A publicação do edital permitiu que a Caixa Econômica Federal liberasse mais R$ 1,8 milhão para a construção e impediu que o repasse de verbas fosse suspenso.
A ampliação de 1,9 quilômetro da avenida está 49% concluída. Falta ainda executar a construção de duas pontes e o trecho que liga a Severo Dullius à rua Dona Alzira. Também haverá a contratação da instalação da iluminação pública e a colocação de gradis, estimada em R$ 9,9 milhões. A previsão da prefeitura é que a obra seja concluída em junho de 2021.
O valor total atualizado da construção é de R$ 107,5 milhões, contando os ajustes ainda necessários no contrato e outros R$ 14,8 milhões em desapropriações. Deste total, a empresa já recebeu R$ 57,9 milhões.
Anos de impasse
A obra, prevista para a Copa de 2014, teve a primeira ordem de início em junho de 2013, oito meses após a assinatura do contrato, que ocorreu em novembro de 2012. A construção do trecho entre a Avenida Dique e a Rua Sérgio Dieterich demorou para iniciar porque foi necessário, primeiro, desviar a avenida de um antigo aterro sanitário. A primeira etapa do prolongamento foi executada com recursos de contrapartida de uma rede de supermercados.
O curioso é que a obra já começou com um aditivo de ajuste de projeto. Depois, foram mais três aditivos aprovados, sendo dois por mudança de prazo e um motivado por ajuste no projeto, que foi doado pela iniciativa privada ao governo municipal.
Em junho de 2016, uma das obras da ampliação se rompeu. O talude do Arroio Areia foi danificado e todos os serviços realizados até então - como a construção de talude, pilares e ponte - foram perdidos.
Segundo a Secretaria Municipal de Planejamento e Gestão, em fevereiro de 2017, no início da atual gestão, a empresa comunicou a parada da obra em função do atraso de pagamento e da falta de solução para o rompimento do talude.
O problema da falta do dinheiro foi resolvido em fevereiro de 2018, quando a prefeitura conseguiu efetivar um empréstimo com o Banrisul para pagar valores não previstos no contrato com a Caixa. Sobre o rompimento do talude, a empresa Procon apresentou um laudo mostrando que houve erro de projeto. A prefeitura contratou um perito para apurar as causas e as responsabilidades.