A construtora Procon marcou a data do retorno da ampliação da Avenida Severo Dullius, na zona norte de Porto Alegre. Os trabalhos, que estão parados no local há mais de três anos, serão retomados na tarde desta sexta-feira (14) com a montagem do canteiro de obras. A empresa já está contratando a equipe de vigilância e adquirindo os materiais para recomeçar a mobilização.
A construtora já está fazendo um levantamento da situação atual da obra. A intenção é reiniciar os trabalhos de terraplenagem até o final de junho. Os serviços deverão ser executados em um prazo de ano e meio. A obra irá permitir ligação entre o trecho existente e a avenida Sertório.
No fim de maio, a prefeitura conseguiu aprovar e publicar um novo aditivo para a obra de ampliação da via. A publicação do edital permitiu que a Caixa Econômica Federal liberasse mais R$ 1,8 milhão para a construção e impediu que o repasse de verbas fosse suspenso.
A ampliação de 1,9 quilômetro da avenida está 49% concluída. Falta ainda executar a construção de duas pontes e o trecho que liga a Severo Dullius à rua Dona Alzira. Também haverá a contratação da instalação da iluminação pública e a colocação de gradis, estimada em R$ 9,9 milhões.
O valor total atualizado da construção é de R$ 107,5 milhões, contando os ajustes ainda necessários no contrato e outros R$ 14,8 milhões em desapropriações. Deste total, a empresa já recebeu R$ 57,9 milhões.
Anos de impasse
A obra, prevista para a Copa de 2014, teve a primeira ordem de início em junho de 2013, oito meses após a assinatura do contrato, que ocorreu em novembro de 2012. A construção do trecho entre a Avenida Dique e a Rua Sérgio Dieterich demorou para iniciar porque foi necessário, primeiro, desviar a avenida de um antigo aterro sanitário. A primeira etapa do prolongamento foi executada com recursos de contrapartida de uma rede de supermercados.
O curioso é que a obra já começou com um aditivo de ajuste de projeto. Depois, foram mais três aditivos aprovados, sendo dois por mudança de prazo e um motivado por ajuste no projeto, que foi doado pela iniciativa privada ao governo municipal.
Em junho de 2016, uma das obras da ampliação se rompeu. O talude do Arroio Areia foi danificado e todos os serviços realizados até então - como a construção de talude, pilares e ponte - foram perdidos.
Segundo a Secretaria Municipal de Planejamento e Gestão, em fevereiro de 2017, no início da atual gestão, a empresa comunicou a parada da obra em função do atraso de pagamento e da falta de solução para o rompimento do talude.
O problema da falta do dinheiro foi resolvido em fevereiro de 2018, quando a prefeitura conseguiu efetivar um empréstimo com o Banrisul para pagar valores não previstos no contrato com a Caixa. Sobre o rompimento do talude, a empresa Procon apresentou um laudo mostrando que houve erro de projeto. A prefeitura contratou um perito para apurar as causas e as responsabilidades.