Um dos motivos da BR-386 ter entrado na relação das rodovias federais do Rio Grande do Sul que passaram para a iniciativa privada é a garantia que o trecho de 150 quilômetros, entre Lajeado e Carazinho, será duplicado. Porém, antes do início das obras, a concessionária CCR ViaSul precisa iniciar a cobrança de pedágio.
Quatro praças estão sendo construídas em um trecho de 226 quilômetros da BR-386, em Victor Graeff, Fontoura Xavier, Paverama e Montenegro. Elas começarão a cobrar tarifa a partir de 15 de fevereiro de 2020.
Na previsão estipulada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), a duplicação começa a partir de fevereiro de 2021, entre Marques de Souza e Lajeado. O último trecho que receberá a duplicação da pista é o de Carazinho a Tio Hugo, com previsão de término em 2030.
Os moradores de Soledade contam os dias para ver a rodovia duplicada. O trecho coleciona acidentes com mortes. O último deles, registrado nesta sexta-feira (30), vitimou seis pessoas da mesma família.
O ponto onde os dois veículos bateram está localizado no quilômetro 236. Esta região receberá duplicação a partir de fevereiro de 2024 e os trabalhos em 25 quilômetros entre Soledade e Fontoura Xavier será concluído até dezembro de 2025.
Na previsão de obras da rodovia, há ainda duas ampliações de pista em trechos já duplicados, entre Lajeado e Estrela; e entre Tabaí e Canoas. Os trabalhos serão realizados entre 2022 e 2023 e ente 2034 e 2036, respectivamente.
Primeiro semestre violento
Os 445 quilômetros da rodovia no Rio Grande do Sul, entre Canoas e Iraí, registraram 36 mortes no primeiro semestre. Nos dois anos anteriores, o semestre teve 28 mortes. Em 2016, se chegou a ter 21 vítimas fatais.
Segundo a Polícia Rodoviária Federal, o número de óbitos reflete o tipo de acidente que ocorre na BR-386, que tem batidas frontais como a maior parte dos acidentes graves registrados.
Duplicação de 230,3 quilômetros
- De 20,3 quilômetros entre Marques de Souza e Lajeado entre 2021 e 2023;
- De 5,1 quilômetros de Lajeado a Estrela entre 2022 e 2023 (atualmente, o trecho é considerado multivia, pois ainda precisa receber a implantação de acostamentos e canteiro central, além de defendas metálicas para separação das pistas - e mais cinco quilômetros de faixas adicionais);
- De 25,6 quilômetros de Soledade a Fontoura Xavier entre 2023 e 2024;
- De 30,5 quilômetros de Tio Hugo a Soledade entre 2024 e 2025;
- De 54,9 quilômetros de Fontoura Xavier a Marques de Souza entre 2026 e 2028;
- De 34,6 quilômetros de Carazinho a Tio Hugo entre 2029 e 2030;
- De 59,3 quilômetros de Tabaí a Canoas entre 2034 e 2036 (atualmente, o trecho é considerado multivia, pois ainda precisa receber a implantação de acostamentos e canteiro central, além de defendas metálicas para separação das pistas).