A quantidade de mortes registrada no primeiro semestre nas rodovias federais do Rio Grande do Sul atingiu um dado que está chamando a atenção das autoridades. De janeiro a junho de 2019, 150 pessoas perderam a vida em acidentes de trânsito.
Esse é o menor número de casos registrado em 16 anos. No primeiro semestre de 2003, as rodovias federais gaúchas contabilizaram 148 mortes. De lá para cá houve muita oscilação, geralmente com acréscimo de vítimas fatais. Tanto que, em 2010, o primeiro semestre chegou a ter 246 mortes no trânsito nas rodovias federais do Rio Grande do Sul.
Em relação ao primeiro semestre de 2018, houve diminuição de 8,5% no número de vítimas fatais. Os primeiros seis meses do ano passado tiveram 164 casos.
De acordo com a comunicação social da superintendência da Polícia Rodoviária Federal do Rio Grande do Sul, a redução ocorre por causa do "direcionamento do policiamento ostensivo aos trechos considerados críticos pelas estatísticas anteriores, a intensificação da fiscalização das principais causas de acidentes graves e as campanhas de consciencização de crianças e adultos. Além disso, a importância do motorista para garantir a segurança do trânsito e a redução desses números."
O resultado é ainda mais expressivo quando se avalia que os pardais e lombadas eletrônicas das rodovias federais passaram a maior parte do tempo desligados no Rio Grande do Sul. A União está revendo os contratos e os controladores deixaram de funcionar em janeiro deste ano.
Se a redução tem chamado a atenção de forma positiva, um sinal de alerta está ligado na BR-386. Os 445 quilômetros da rodovia no Rio Grande do Sul, entre Canoas e Iraí, registraram 36 mortes no primeiro semestre. Nos dois anos anteriores, o semestre teve 28 mortes. Em 2016, se chegou a ter 21 vítimas fatais.
Segundo a Polícia Rodoviária Federal, o número de óbitos reflete o tipo de acidente que ocorre na BR-386, que tem batidas frontais como a maior parte dos acidentes graves registrados.
"Esse tipo de acidente quase sempre resulta em lesões graves e óbitos pela energia envolvida. Além disso, há transito intenso de veículos de carga e boa parte da extensão da rodovia é caracterizada por pista simples", diz nota da corporação.