A prefeitura de Porto Alegre adotou uma nova estratégia na intenção de recuperar áreas abandonadas do Parque da Redenção. O objetivo é evitar que uma licitação seja aberta e não tenha interessados ou que a empresa que vencer não consiga atender a necessidade exigida.
Para que isso ocorra, em vez de usar a permissão de uso como forma de contratação, como hoje ocorre com a oferta do pedalinho, do trenzinho e do parque diversões, a prefeitura vai aguardar a tramitação do projeto das concessões, que está na Câmara de Vereadores desde novembro. Ele prevê que as praças e parques sejam exploradas comercialmente pela iniciativa privada, que se comprometeria em realizar toda a manutenção da área verde, hoje realizada pela prefeitura.
Caberá ao vencedor da licitação assumir as melhorias previstas no chamado Complexo do Lago. A prefeitura quer criar um espaço gastronômico maior na Redenção, não mais no antigo Café do Lago, mas na área do orquidário. Na região do antigo café, a prefeitura projeta o novo acesso para o pedalinho. A empresa também ficaria responsável por cuidar das áreas de estacionamento do parque e por manter a área verde do Recanto Jardim Alpino.
- A concessão é a solução jurídica mais adequada. O ideal é que uma pessoa jurídica ganhe e gerencie tudo - diz o Secretário municipal do Meio Ambiente, Maurício Fernandes.
Essa alteração na forma da contratação também vai exigir uma espera maior. O edital da permissão de uso poderia ter sido lançado ainda em 2018. Já a escolha da empresa dentro da lei das concessões não tem prazo para ocorrer.
Dentro deste novo modelo, não está descartada a licitação de todo o parque. O tempo de concessão ainda não está definido. O secretário estima que não serão necessários muitos investimentos, o que poderá atrair um número maior de concorrentes.
A área do antigo Café do Lago está abandonado há 4 anos. Já a região onde era o Orquidário Gastão de Almeida Santos está fechado há 2 anos.
Construído em 1935 para a mostra que comemorou os 100 anos da Revolução Farroupilha, a estrutura ao lado do lago da Redenção já serviu para aluguel de bicicletas e ancoradouro de pedalinhos. O último permissionário do Café do Lago fechou o estabelecimento em setembro de 2014.
O Orquidário Gastão de Almeida Santos, que teve as atividades iniciadas na década de 1950, está fechado desde 2016. A área cercada junto ao lago, que tinha cerca de 2,4 mil mudas de orquídeas, está abandonada. Parte da estrutura está ruindo.