J. J. Camargo
A competitividade deve ser estimulada, porque produz uma energia que nos expulsa da zona de conforto e nos empurra em direção ao nosso limite, que é onde descobrimos quem de fato somos. As exigências serão sempre exacerbadas, porque sem desafios nunca saímos da mesmice, esta condição amorfa que aprisiona e deforma o espírito, tornando-o incapaz de sentir mais do que pena de si mesmo. E por esta avenida se chega, sem surpresas, ao protótipo da geração mimimi, que se encantou com a informação de que a infância é só para brincar e gostou tanto da ideia, que nunca aceitou que ela terminasse; aos 30 anos, ainda mora na casa dos pais e sistematicamente reclama se ninguém foi capaz de arrumar-lhe a cama.
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