J. J. Camargo
Que ninguém seja ingênuo de supor que se possa encontrar um poço de virtudes em um morador de rua. Por mais que tenha sido injustiçado, é frequente que este protótipo de solidão tenha sido construído com grande participação da vítima. Mas esse não é o ponto. O que interessa é que esse solitário padrão precisa de alguma maneira sobreviver, e isso significa encontrar algum objeto de solidariedade que seja confiável, apesar da completa ausência de atrativos. E então entendemos porque quase todos os sem-teto buscam o afeto, sempre confiável, de um cão de rua, e fazem dele um parceiro de desdita e abandono.
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