Popular entre ciclistas e corredores amadores, o aplicativo Strava tem 125 milhões de usuários no mundo.
E isso inclui os bem treinados guarda-costas de chefes de Estado, como Joe Biden, Vladimir Putin e Emmanuel Macron.
O jornal francês Le Monde revela esta semana que, graças à rotina de exercícios das equipes de segurança, a localização destes três chefes de Estado pôde ser descoberta, quando supostamente não deveria. A investigação foi batizada pelo próprio periódico de Stravaleaks.
O Le Monde descobriu que o presidente da França, Emmanuel Macron, passou um fim de semana em um resort da Normandia em 2021, em uma viagem que deveria ser privada e não constava na agenda oficial.
Seguranças da primeira-dama dos Estados Unidos, Jill Biden, que estavam com ela em Paris para a abertura das Olimpíadas, em agosto deste ano, compartilharam os roteiros de treinos de corrida, revelando a geolocalização e os próprios movimentos.
E a equipe de seguranças de Putin, segundo constatou a reportagem, frequenta regularmente os arredores de duas propriedades que o presidente russo diz não possuir: uma mansão de 1 bilhão de euros na costa do Mar Negro, e uma casa de campo na região de Karelia fronteira com a Finlândia, a 2 mil km de distância. Alexei Navalny, líder da oposição, inimigo declarado de Putin que morreu em uma prisão no Círculo Polar Ártico em fevereiro deste ano, disse que o presidente era o dono do palácio à beira-mar em 2021, por exemplo, mas o Kremlin sempre negou.
O Serviço Secreto dos Estados Unidos informou ao jornal Le Monde que não autoriza as equipes a usarem equipamentos eletrônicos quando em serviço de segurança, mas que não proíbe o uso pessoal de redes sociais nas folgas.
O gabinete de Macron respondeu que as consequências dos fatos relatados são ínfimas e não afetam a segurança do presidente francês, e acrescentou que as autoridades locais sempre são informadas dos movimentos do presidente com antecedência, e que seus locais de estadia são completamente seguros, então o risco “não existe”.