Os santa-marienses têm motivo para voltar a sonhar com a hipótese de sua cidade sediar a nova Escola de Sargentos do Exército (ESA). Como o leitor soube pela coluna, Santa Maria foi preterida na escolha para a sede da academia, um empreendimento orçado em R$ 1,2 bilhão. A escolhida, há exatos dois anos, foi Abreu e Lima (PE), cidade situada na Grande Recife. A cidade paranaense de Ponta Grossa também estava no páreo.
Só que está demorado o início dos trabalhos para concretizar a ESA em Pernambuco. Primeiro, por questões ambientais. Ainda em 2021 o Ministério Público estadual pernambucano recomendou que não seja aprovada licença para construção na área sugerida pelo governo para colocar a academia. É que o local faria parte de uma área de uma área de proteção ambiental da Mata Atlântica. No projeto original, 180 hectares de mata regenerada seriam desmatados, alegam ambientalistas. Foi criado um grupo de trabalho que prevê audiências públicas para discutir a questão.
Outro problema seria a falta de contrapartidas devidas pelo governo estadual de Pernambuco e assinadas em 2021 com o Exército. Na quinta-feira (16), durante um café da manhã no Comando Militar do Nordeste, o general de brigada Nilton Moreno afirmou que "se por qualquer motivo tivermos problemas jurídicos, ou problemas ocasionados por questionamentos ambientais, vamos levar (a Escola de Sargentos) para a segunda prioridade. Se tivermos judicialização aqui, estes são os dois fatores que podem tirar o projeto de Pernambuco. Vamos chorando para a segunda opção, mas este é um dado da realidade".
Ele ainda acrescentou:
- As cidades do Sul continuam com pressão para que a decisão (de colocar a Escola de Sargentos em Pernambuco) seja revertida. Desde o começo, dissemos que existem prioridades. Se tivermos problema, seguiremos para o plano B ou C.
Checamos com o Alto Comando do Exército. A ideia é que o projeto continue em Pernambuco, até para não frustrar tudo que já foi projetado (e também as expectativas da população nordestina). A fala do general é vista como forma de pressão contra a demora no avanço das negociações. As obras estão previstas para começar até 2027, mas nem sequer o terreno está garantido.
Com isso, um fio de esperança volta a animar os moradores de Santa Maria.