Os quartéis federais terão movimentação a partir desta semana. Duas trocas vão acontecer nas Forças Armadas. A primeira será a substituição do atual ministro da Defesa, general Walter Braga Netto, pelo atual comandante do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira.
Isso vai acontecer para que Braga Netto fique livre para aceitar ser vice na chapa do presidente Jair Bolsonaro, que concorre à reeleição. É a desincompatilização do ministro, prevista na legislação eleitoral. Ele até já se filiou ao PL, assim como o presidente. Com isso, o bolsonarismo tenta repetir a fórmula que deu certo em 2018, com dois militares da reserva encabeçando a sua visão de Brasil e a proposta de continuidade.
Até para prestigiar o time atual, Bolsonaro guinda o general Paulo Sérgio para chefiar todas as Forças Armadas, como ministro da Defesa. Aparentemente, sem maiores melindres, embora na Marinha houvesse gente com interesse de colocar um dos seus representantes na cabeça do ministério. No caso, o comandante, Almir Garnier Santos.
Para o lugar de Paulo Sérgio deve ir o general Marco Antônio Freire Gomes, atual comandante de Operações Terrestres. Ele deve deixar o cargo amanhã (30).
Gomes será o terceiro comandante do Exército em quatro anos. Rotatividade tão grande não aconteceu nem durante os 21 anos de regime militar (1964-1985), o que incomoda integrantes da cúpula das Forças Armadas, pela instabilidade que pode gerar. Afinal, com nova chefia sempre podem mudar todo o organograma, como um castelo de cartas. Se bem que esse não é o feitio dos militares. Tudo costuma ser decidido em reuniões e respeitado. A ver os próximos passos.