Os integrantes do governo Eduardo Leite esfregam as mãos de contentes. O ano começou com mais uma queda nos principais indicadores de criminalidade, sabidamente uma das áreas mais sensíveis para o cidadão (e para o eleitor).
O número de homicídios caiu 25% (embora algumas cidades registrem surtos de assassinatos), o de veículos caiu quase pela metade (48%) e o de latrocínios, 62%.
Adversários do governador desconfiam dos números. Preferem atribuir a queda dos crimes à pandemia, que levou a menos circulação de pessoas, de bens e, em consequência, menos delitos praticados. É possível que um dos efeitos colaterais não tão maléficos do coronavírus seja esse.
Mas então como explicar que os indicadores no país, de alguns dos principais crimes, continuem subindo? A realidade é que se consolidaram no governo do RS alguns eixos de abordagem da criminalidade. Um deles é o RS Seguro, que foca policiamento reforçado nos 23 municípios mais assolados por crimes graves.
O outro é o cercamento eletrônico (rede de videomonitoramento que permite flagrar veículos em situação irregular). O terceiro é concursos para servidores da segurança – embora seja como enxugar gelo, quase todo ano se aposentam mais funcionários do que entram. O governo tem conseguido equilibrar essa balança nos últimos dois anos.
Preocupa um pouco o número de mulheres assassinadas, que permanece estável, como contabilizou a colega Jennifer Gularte em reportagem. Mesmo com reforço nas patrulhas Maria da Penha, nas investigações e no número de Delegacias da Mulher. É um fenômeno social grave e que precisa ser ainda mais combatido.