A redução contínua do número de crimes no Rio Grande do Sul virou tema de estudo nacional. Especialistas em segurança pública participaram, na última quinta-feira (11), de uma das reuniões do programa RS Seguro, por meio do qual o governo estadual concentra efetivos policiais e esforços nos 23 municípios mais atingidos pela criminalidade.
A reunião mensal do grupo de Gestão de Estatística em Segurança (GESeg), realizada pelo programa RS Seguro, teve a participação via teleconferência de integrantes de seis entidades que estudam crimes no Brasil: o Fórum Brasileiro da Segurança Pública (FBSP), o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), o Instituto Igarapé, o Instituto Brasileiro de Ciências Criminais, o Instituto Cidade Segura e o Escritório da ONU sobre Drogas e Crimes (UNODC). O debate teve participação do governador Eduardo Leite e do vice-governador e secretário da Segurança Pública, Ranolfo Vieira Junior.
Entre os que acompanharam o encontro estão a cientista política Ilona Szabó de Carvalho (fundadora e presidente do Instituto Igarapé), o doutor em Economia e técnico de Planejamento e Pesquisa do IPEA, Daniel Cerqueira (que coordenada a publicação anual do Atlas da Violência), o presidente do FSBP, Renato Sérgio de Lima, doutor pela USP e ex-coordenador de análise da informação da Secretaria Nacional de Segurança Pública, o professor Eduardo Pazinato (especialista em Segurança Pública, Justiça Criminal e Compliance junto ao UNODC e ex-secretário da Segurança Pública de Canoas 2009-2012), o professor da PUCRS Rodrigo Ghiringhelli de Azevedo (doutor em Sociologia, membro do FBSP), e o diretor do Instituto Cidade Segura, Alberto Kopittke (consultor em Segurança Pública do Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID).
Note-se que vários deles tiveram passagem por governos de partidos adversários aos do governador atual. Mas, num ambiente de diálogo, estão interessados em saber o porquê da diminuição de crimes. Entre 2018 (quando o programa RS Seguro ainda não existia) e 2020, o Estado reduziu o número de mortes violentas (homicídio, latrocínio e feminicídio) de 2.575 para 1.918, uma queda de 26%. No mesmo período, no conjunto de 23 cidades do RS Seguro, os números desses delitos caíram de 1.744 para 1.107, redução de 37%.
Ranolfo explicou a eles que o foco é em crimes violentos, como homicídios e roubos. Reuniões semanais e, depois, mensais debatem quais indicadores cresceram em que cidades e a melhor forma de atacar o problema. Tudo com participação de autoridades municipais. É um caminho, que parece ter funcionado.