Foi encontrado numa casa de luxo em Gramado, na manhã desta quinta-feira (3), aquele que é considerado um dos líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC), maior facção criminosa do país, com origem em São Paulo. Márcio Geraldo Alves Ferreira, o Buda, estava livre em decorrência de um habeas corpus.
Policiais civis do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) do RS chegaram até ele por meio de investigações que começaram após o assalto milionário a uma agência do Banco do Brasil em Criciúma (SC), ocorrido terça-feira (1º).
Outro homem foi preso nos matos próximos à residência em Gramado e os policiais checam se também é ligado à facção.
Buda já foi um dos 10 mais procurados pelas policiais paulistas. Ele é acusado de participar, em 2014, de um plano para resgatar de uma penitenciária de segurança máxima em São Paulo o líder máximo do PCC, Marcos Williams Camacho, o Marcola, sentenciado a mais de 100 anos de reclusão. Casas foram alugadas no Paraná para os quadrilheiros e seriam usados helicópteros e aviões após a fuga. O plano foi frustrado pela polícia com a prisão de Buda, naquele ano. Na época, ficou preso alguns dias e, mediante habeas corpus, conseguiu a liberdade.
Novos mandados por tráfico e organização criminosa foram expedidos contra ele e, em 2018, ele foi preso novamente em São Paulo, numa residência onde vivia com a família e nome falso. Os policiais gaúchos ainda não sabem em que condições ele saiu da prisão paulista e veio parar em Gramado. O fato é que ainda em 2020 teve pedido de liberdade negado no Supremo Tribunal Federal (STF).
Os agentes chegaram até Buda a partir de pistas coletadas em Criciúma, entre elas, telefonemas. E procuram saber, agora, se foi ele o organizador do roubo de dezenas de milhões de reais na cidade catarinense.