Alberto Beltrame, secretário da Saúde do Pará, não é o único gaúcho na mira da Polícia Federal (PF) na Operação Para Bellum, que teve como foco suspeita de superfaturamento na compra de respiradores por parte do governo paraense. Os equipamentos seriam usados para auxiliar pacientes graves, vitimados pelo coronavírus.
A PF apreendeu cerca de R$ 748 mil na casa de Peter Cassol Silveira, secretário-adjunto de Gestão Administrativa da Secretaria de Saúde do Pará. Ele é o ordenador de despesas da pasta comandada por Beltrame (que é o presidente do Conselho Nacional dos Secretários estaduais de Saúde)
Cassol, como é conhecido no meio, trabalhou em dois dos mais prestigiados hospitais gaúchos. Foi gerente de Materiais do Grupo Hospitalar Conceição (GHC), o maior complexo hospitalar gaúcho. Exerceu função semelhante no Instituto de Cardiologia, quando Beltrame foi superintendente. Agora os dois estão juntos no Pará.
A compra dos respiradores custou cerca de R$ 50,4 milhões e ocorreu com dispensa de licitação, por ser emergencial, informa a PF. Metade do pagamento foi feito à empresa fornecedora dos equipamentos de forma antecipada, sendo que os respiradores, além de sofrerem grande atraso na entrega, eram de modelo diferente ao contratado e não serviam para o tratamento da covid-19. Os aparelhos acabaram sendo devolvidos.
Beltrame tem dito que, ao perceber o problema, tentou sanear os problemas no contrato. Este colunista não conseguiu contato com ele e nem com Peter Cassol Silveira. Cassol foi exonerado do cargo nesta quarta-feira (10), por ordem do governador paraense, Helder Barbalho, que também é investigado pela PF.