Policiais de todo o Brasil estão em pé de guerra. Revoltados com o assassinato da soldado PM catarinense Caroline Pletsch, executada por ladrões quando jantava numa pizzaria com o marido, o também PM Marcos Paulo da Cruz, sargento. Os dois estavam em férias em Natal (RN) quando o local onde faziam a refeição foi assaltado.
As informações são confusas. Frequentadores deram a versão de que, ao revistar clientes do restaurante, os assaltantes perceberam a arma de Cruz e, em seguida, mandaram ele e a mulher se ajoelharem e dispararam contra os dois. Uma outra narrativa indica que Cruz tentou reagir, agarrando um dos ladrões, e foi baleado. De qualquer forma, os ladrões não teriam hesitado em executar Caroline ao se informarem que ela era PM (mesmo sem farda).
Nesses tempos de redes sociais inflamadas por paixões, é enorme a avalanche de postagens se queixando que defensores dos Direitos Humanos não se movimentaram para lamentar a execução da policial e a tentativa de assassinato do seu companheiro. Ressaltam que houve comoção no caso do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL), no Rio de Janeiro, no início de março. Não entendem o porquê da diferenciação entre os dois casos.
Seria mesmo de bom tom que não apenas as associações policiais, mas também entidades de direitos humanos e outras, como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), manifestassem em alto e bom tom a indignação com o assassinato de policiais. Caroline não foi morta porque estava em confronto com bandidos - como é usual na profissão - e nem fazendo "bico" de segurança privada no comércio, como é ainda mais comum. Tivesse ocorrido isso e já seria péssimo. Não. Ao que indicam testemunhos, Caroline foi morta PORQUE é policial, ao ser identificada como tal. Isso é muito pior. Indica um nível de desrespeito e deterioração social que explica muito da selva urbana em que o Brasil se transformou. Que encontrar os responsáveis pela morte dela — assim como os de Marielle — vire questão de honra para os policiais.