Os policiais federais gaúchos estão de sorriso aberto. O Rio Grande do Sul alcançou, pelo segundo ano consecutivo, o primeiro lugar em operações da Polícia Federal em todo o Brasil. Foram 114 ações deflagradas, número que representa aumento de 54% em relação a 2016 — que já tinha sido um ano bom.
Do total, 75 ações foram no Interior e 39 na Capital. O destaque fica com as delegacias de fronteira, que realizaram 55 ações contra o crime organizado. Metade das operações em todo o RS foi contra crimes tipicamente transfronteiriços, como o contrabando e o tráfico de drogas. Contra desvio de recursos públicos (tipo de delito que ganhou notoriedade com a Operação Lava-Jato) foram 10, contra três em 2016.
A PF comemora a apreensão e o sequestro judicial de R$ 150 milhões em bens, mas a estimativa é de que mais de R$ 2 bilhões em prejuízo foram evitados com o desbaratamento das quadrilhas. Um dos destaques é a apreensão de 1,7 tonelada de cocaína e 6,6 toneladas de maconha, além de dois produtos que parecem pouco lesivos, mas causam grande prejuízo à saúde: agrotóxicos proibidos (4,4 toneladas apreendidas) e cigarros contrabandeados (5 milhões de maços localizados).
A PF em território gaúcho indiciou 3,6 mil pessoas no ano passado. O delegado regional de Investigação e Combate ao Crime Organizado, Sérgio Busato, destaca a grande participação das delegacias do Interior. Já o superintendente da PF no Rio Grande do Sul, Ricardo Saadi, fala em aumentar o desempenho em 2018, com foco em desvio de recursos públicos.
A verdade é que, como Estado de amplas fronteiras e efetivo policial nunca suficiente, os federais do RS continuarão priorizando contrabandos diversos. Oxalá consigam também gás para ampliar o cerco aos crimes de colarinho branco.