Quando a gente pensa que viu tudo, surge um drone a serviço do crime. Há pouco fiz resenha de um livro sobre como a CIA e o Pentágono usam aviões-robô para matar terroristas (ou suspeitos de...) há mais de 15 anos. Coisa velha, nas artes da guerra.
Mas criminosos comuns usarem drones é raríssimo. Um foi abatido este ano em Eunápolis (BA), carregado com celulares quando sobrevoava um presídio. Agora chegou a vez do Rio Grande do Sul, quem diria. Cabe aí uma palavrinha sobre a popularização desses objetos.
Quadrilha usava drone usado na entrega de drogas
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Drones podem ser adquiridos por até R$ 800, nas versões mais baratas. Ora, isso é troco para traficante de uma pequena boca de fumo gaúcha. Certa feita acompanhei a vida de traficantes porto-alegrenses e vi como maços e mais maços de "oncinhas" (notas de R$ 50) passam de mão em mão, no comércio de cada noite. Jamais subestime o poder financeiro da venda de drogas. O efeito colateral é que esses criminosos têm concorrência predatória e vivem pouco.
Ou seja, muito mais difícil para o traficante do que comprar um drone é ensinar alguém a lidar com o aparelho. Mas nem isso está complicado, nesses tempos em que nossos filhos nos ensinam todos os truques dos celulares e até pizza é entregue por drone, em alguns bairros.
Periga virar moda o uso de drone para cocaína-delivery. Sobretudo nos presídios, onde a entrega de droga por vias convencionais é sempre mais arriscada. Coisas da tecnologia, agora a serviço do mal.