Após a prisão de 12 suspeitos de apologia ao terrorismo, o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, revelou que a Polícia Federal chegou a eles porque usavam Wathsapp e Telegram para mandar mensagens favoráveis ao Estado Islâmico. Muita gente estranhou, já que o responsável pelo Whatsapp (o Facebook) tem reiterado à Justiça ser impossível revelar conversas dos usuários, porque elas estão tão criptografadas (codificadas) que nem a empresa consegue decifrá-las.
A empresa pode estar falando a verdade. A realidade é que a PF não quebrou o código das mensagens. Chegou aos autores das mensagens pró-terrorismo por meio de duas outras técnicas.
1 - Análise dos Metadados: são informações sobre tráfego de dados de telefones que acessam determinados sites (com seus números, localização e tempo de duração do acesso). Isso é feito rotineiramente pelos norte-americanos e europeus que monitoram sites simpáticos a organizações terroristas. Ora, os suspeitos brasileiros acessaram sistematicamente sites pró-Estado Islâmico que são monitorados pela NSA (National Security Agency) norte-americana, que analisa volume de comunicações telefônicas e telemáticas (mensagens) do mundo todo. Foi apenas questão de tempo para que os americanos passassem para organismos de segurança brasileiros (como Abin e PF) os números dos fones e os IPs dos computadores que mais trocavam mensagens de apoio ao EI.
2 - Infiltração: o passo seguinte da PF foi infiltrar agentes nas conversas. Algo não muito difícil, porque o terrorismo está sempre atrás de adeptos. Os agentes conseguiram assim provas das conversas travadas com os apoiadores de terrorismo. Com isso, convenceram o juiz da necessidade das prisões.
Ministro nega existência de segundo grupo suspeito de terrorismo
Polícia brasileira busca iraniano que está clandestino no país
Suspeito preso no Rio Grande do Sul criava e vendia galinhas de raça
Os presos são terroristas ou queriam mesmo praticar atos terroristas? Isso é outra questão. Fica a lição de que apoiar degolas e crimes contra a humanidade - como os praticados pelo EI – pode render tremenda dor-de-cabeça aos internautas.