A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
O Rio Grande do Sul sediou nos últimos dias a primeira colheita mecanizada de erva-mate do país. Foi em uma propriedade no interior de Espumoso, município gaúcho da região Norte, durante um dia de campo organizado pela propriedade Ervais do Futuro, em parceria com a Emater.
Mas, afinal, o que isso representa? Para técnicos do setor, mais do que uma novidade, é a sinalização de uma alternativa para o futuro das propriedades que trabalham com a cultura no Estado.
É o que avalia o extensionista rural do escritório regional da Emater em Soledade, Vivairo Zago, que participou do evento:
— Pensando futuramente na falta de mão de obra que hoje temos, daqui a pouco a mecanização da colheita pode ser uma solução.
Zago pondera, no entanto, outros gargalos que os produtores de erva-mate têm atualmente. No polo do Alto Taquari, onde se concentra a maior parte da produção gaúcha da folha, o relevo é cheio de declives, incompatível com a mecanização. Outro problema é o preço da tecnologia, considerando que a maior parte dos produtores no Estado de erva-mate são agricultores familiares.
No caso da propriedade Ervais do Futuro, que importou neste ano a máquina da Argentina, a mecanização foi possível pelo terreno relativamente plano. Além da aquisição da tecnologia, a empresa busca agora outras expansões no seu negócio. Como a instalação de uma planta industrial dentro da propriedade rural.
O dia de campo também teve a parceria da Embrapa e do Instituto Brasileiro da Erva-Mate (Ibramate).