Gisele Loeblein

Gisele Loeblein

Jornalista formada pela UFRGS, trabalha há 20 anos no Grupo RBS e, desde 2013, assina a coluna Campo e Lavoura, em Zero Hora. Faz também comentários diários na Rádio Gaúcha e na RBS TV.

Da enchente ao mercado internacional
Notícia

Os ingredientes que puxam para baixo a receita das exportações do agro gaúcho neste ano

De janeiro a setembro, queda na rentabilidade dos embarques chegou a 8,3%, conforme o Departamento de Economia e Estatística

Carolina Pastl

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A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.

Jeff Botega / Agencia RBS
No acumulado do ano, o complexo soja registrou um total de US$ 4,1 bilhões, queda de 6,8%.

Mesmo com uma produção maior, um conjunto de ingredientes tem puxado a receita das exportações do agronegócio gaúcho para baixo neste ano. Conforme dados divulgado nesta quinta-feira (28) pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE), vinculado à Secretaria Estadual de Planejamento, a rentabilidade dos embarques até setembro acumula queda de 8,3%, da soja à carne de frango. Foram US$ 11,1 bilhões faturados no período.

Na receita para esse cenário, o pesquisador Sérgio Leusin Júnior cita como "ingredientes" a quebra da safra de trigo em 2023, a queda no preço médio de commodities, a enchente no Estado e o foco da doença de Newcastle em Anta Gorda (no caso dos embarques de carne de frango).

Principal produto exportado pelo Estado, o complexo soja (o grão, o óleo e o farelo) registrou uma redução de faturamento de 6,8%, com um total US$ 4,1 bilhões. Apesar do crescimento da produção na última safra, o desempenho foi impactado pelos preços médios praticados pelo mercado, explica Leusin Júnior:

— E essa quantidade a mais exportável acabou não sendo suficiente para compensar a queda nos preços médios.

Entre os dados trazidos pelo DEE, há também informações sobre o emprego formal do setor. No acumulado dos nove primeiros meses do ano, o saldo de empregos criados no agronegócio gaúcho foi positivo em 2.373 postos, com um total de 384.065 vínculos ativos no mês de setembro. O terceiro trimestre, no entanto, apresentou um saldo negativo de 3.919 postos, principalmente pelo desempenho do setor de máquinas agrícolas e das moageiras, segundo o pesquisador.

Confira o desempenho de outros produtos

  • Fumo - US$ 1,9 bilhão, alta de 4,2%
  • Produtos florestais - US$ 1,1 bilhão, alta de 3,9%
  • Carnes - US$ 1,7 bilhão, queda de 15,3%
  • Cereais, farinhas e preparações - US$ 882,9 milhões, queda de 29,9%
  • Máquinas agrícolas - US$ 294,2 milhões, queda de 32,9%

Fonte: DEE

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