A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Mesmo com uma produção maior, um conjunto de ingredientes tem puxado a receita das exportações do agronegócio gaúcho para baixo neste ano. Conforme dados divulgado nesta quinta-feira (28) pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE), vinculado à Secretaria Estadual de Planejamento, a rentabilidade dos embarques até setembro acumula queda de 8,3%, da soja à carne de frango. Foram US$ 11,1 bilhões faturados no período.
Na receita para esse cenário, o pesquisador Sérgio Leusin Júnior cita como "ingredientes" a quebra da safra de trigo em 2023, a queda no preço médio de commodities, a enchente no Estado e o foco da doença de Newcastle em Anta Gorda (no caso dos embarques de carne de frango).
Principal produto exportado pelo Estado, o complexo soja (o grão, o óleo e o farelo) registrou uma redução de faturamento de 6,8%, com um total US$ 4,1 bilhões. Apesar do crescimento da produção na última safra, o desempenho foi impactado pelos preços médios praticados pelo mercado, explica Leusin Júnior:
— E essa quantidade a mais exportável acabou não sendo suficiente para compensar a queda nos preços médios.
Entre os dados trazidos pelo DEE, há também informações sobre o emprego formal do setor. No acumulado dos nove primeiros meses do ano, o saldo de empregos criados no agronegócio gaúcho foi positivo em 2.373 postos, com um total de 384.065 vínculos ativos no mês de setembro. O terceiro trimestre, no entanto, apresentou um saldo negativo de 3.919 postos, principalmente pelo desempenho do setor de máquinas agrícolas e das moageiras, segundo o pesquisador.
Confira o desempenho de outros produtos
- Fumo - US$ 1,9 bilhão, alta de 4,2%
- Produtos florestais - US$ 1,1 bilhão, alta de 3,9%
- Carnes - US$ 1,7 bilhão, queda de 15,3%
- Cereais, farinhas e preparações - US$ 882,9 milhões, queda de 29,9%
- Máquinas agrícolas - US$ 294,2 milhões, queda de 32,9%
Fonte: DEE