A distância do pódio em concursos internacionais neste ano ficou maior para as marcas gaúchas de azeite de oliva. Com o aeroporto Salgado Filho e a empresa de empacotamento inundados pela cheia do Guaíba, a Estância das Oliveiras, de Viamão, por exemplo, percorreu mais de 1 mil quilômetros de carro para garantir a participação de sete rótulos em quatro das principais competições do setor — na Grécia, na Itália, no Japão e em Israel.
"Foi mais um sinal da resiliência gaúcha", afirma Rafael Goelzer, diretor da Estância das Oliveiras, que não foi afetada diretamente pela enchente:
— Não pensamos duas vezes. Fomos de carro até Florianópolis para entregar as amostras para os concursos. Não deixaríamos de manter o nome do Estado no topo das avaliações dos principais campeonatos mundiais.
Para que o azeite chegasse aos avaliadores com a mesma qualidade que foi envasada, Goelzer se preocupou com os mínimos detalhes. Desde a embalagem com plástico bolha para evitar acidentes até a com isopor, para não haver troca de temperatura. O deslocamento, de Viamão até Florianópolis, também foi feito de madrugada para evitar o calor.
A DHL, empresa que faz o envio das amostras para os concursos pela Estância das Oliveiras, foi "a grande parceira" para que tudo desse certo, continua o empresário:
— Entrou em contato com a DHL em Florianópolis, orientou os funcionários com um vídeo, mostrando como era o empacotamento das amostras. Essa empresa vibra com a gente, com as nossas vitórias.
Depois de empacotadas, as amostras seguiram de caminhão até Guarulhos, em São Paulo. De lá, partiram de avião.
O esforço rendeu à marca até agora oito medalhas de ouro, seis de prata e o Melhor Azeite Brasileiro.