A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
De todas as idades, regiões do Estado e trabalhos dentro do agronegócio, as mulheres marcaram, mais uma vez, presença na 24ª Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque. Mas mais do que presentes na feira nesta data, o Dia Internacional da Mulher, o que elas buscam é serem reconhecidas nos espaços que ocupam.
Neste ano, a presença feminina foi destaque, por exemplo, no tradicional pavilhão da agricultura familiar. Dos 229 empreendimentos participantes, 138 são liderados por mulheres, segundo a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural.
Da mais nova à mais experiente do pavilhão, a coluna conversou com elas que fazem, todos os dias, a diferença no trabalho dentro e fora da propriedade rural. Confira:
A mulher que, aos 21 anos, estreia na feira com o seu laticínio
A Expodireto Cotrijal deste ano vai ficar guardada na memória da estudante de Medicina Veterinária Mariana Dal Forno, de 21 anos. É a primeira vez que ela está vendendo queijos, iogurtes e bebidas lácteas da Granja Dal Forno com os seus pais na feira.
Mas não é só por essa estreia que a 24ª edição será especial para Mariana. É o momento dela, como mulher, de mostrar o seu trabalho no campo:
— Eu ajudo na propriedade com bastante inovação, trazendo novas ideias. Também ajudo com os animais, nos manejos reprodutivos. Mas, muita gente acha que, por eu ser mulher, não faço isso.
A família começou a trabalhar com animais há 10 anos, na propriedade localizada no município de Independência, no Noroeste. Já a queijaria surgiu um ano atrás, para agregar valor à produção de leite. E para o futuro, Mariana tem muitas ideias e vontades.
— Espero que (a agroindústria) cresça muito. Agora a gente já está tendo que ampliar, em questão de qualidade e variedade de produtos. Porque as pessoas gostam de varieade, né? — acrescenta a jovem produtora.
A mulher que, há 20 anos, trabalha na produção de embutidos
Aos 67 anos, Dulce Weber é uma das produtoras mais experientes do pavilhão da agricultura familiar deste ano, na Expodireto Cotrijal. Também é uma das mais premiadas. Ela produz embutidos há 20 anos junto à sua família, na agroindústria Weber, de Não-Me-Toque. E já ganhou alguns prêmios pelos seus produtos, considerado de excelência pelas organizações das feiras por onde passa.
Para ela, como mulher, trabalhar no negócio da família é "muito gratificante":
— Enquanto eu posso, trabalho. Como mulher, me sinto realizada em poder fazer parte do negócio.
A mulher que mostra que gestão cooperativa também é feminina
Entre os painelistas que participaram do terceiro e último Campo em Debate desta Expodireto Cotrijal, com o tema Excelência na Gestão Cooperativa, estava a produtora de leite Larissa Zambiazi, 25 anos, de Coqueiros. Hoje tecnóloga em gestão de cooperativa, ela conta que começou a aprender lições do meio desde pequena.
Junto de seu pai, lembra de subir as escadas da cooperativa para emitir notas de venda de leite ou comprar um insumo. Hoje, está à frente da propriedade familiar. E integra a comissão de jovens e de mulheres da Ocergs.
Sobre as estratégias para fortalecer o sistema cooperativo discutido no evento, apontou uma que considera fundamental: a representatividade.
— A gente deve, de fato, unir forças. O cooperativismo é isso — reforçou a produtora na ocasião.