A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Foi uma característica de relevo em comum que aproximou a Holanda, na Europa, de Pelotas, no sul do Estado. Ambas têm as chamadas terras baixas. No caso da nação europeia, a condição é carregada até no nome, Nederland, na língua local, que quer dizer justamente "terras baixas" (Países Baixos, na tradução para o português). Um estudo sobre irrigação e drenagem está em andamento no município gaúcho, em uma iniciativa liderada a partir do Escritório Holandês de Apoio aos Negócios (NBSO, da sigla em inglês), em parceria com a consultoria Antea Group.
O objetivo, explica o novo chefe do NBSO de Porto Alegre, Caspar van Rijnbach, é mapear as oportunidades de negócios entre a Holanda e o Brasil nas lavouras de arroz em Pelotas. De acordo com ele, o país europeu tem muita tecnologia voltada à gestão do nível da água em função dessa característica geográfica.
— Os Países Baixos já há muitos séculos têm trabalhado com a questão da água, porque grande parte dela, 40%, está abaixo do nível do mar. São terras baixíssimas.
Diferentemente de Pelotas, no entanto, a Holanda não produz arroz. A irrigação é utilizada no país em outras culturas, como trigo e milho.
Entre as oportunidades a que se refere van Rijnbach, o estudo deve elencar uma série de serviços e equipamentos holandeses voltados às necessidades da região gaúcha. O foco será em irrigação e drenagem, mas também pensando no manejo brasileiro, que envolve rotação de culturas e integração de lavouras.
— Ver quais empresas holandesas têm tecnologias, conhecimento e serviços que podem apoiar nesse desenvolvimento da região — reforça o chefe do NBSO de Porto Alegre.
Também serão estudadas formas de financiamento no Brasil, para entender a melhor maneira de oferecer aos produtores as tecnologias holandesas. O estudo deve ser concluído até o final de abril.