Apesar dos impactos da estiagem sobre a safra de verão, o primeiro semestre deste ano fechou com resultado histórico nas exportações do agronegócio gaúcho. Dados do Departamento de Economia e Estatística da Secretaria de Planejamento divulgados nesta sexta-feira (11) apontam um faturamento nominal recorde para o período de janeiro a junho, de US$ 7,3 bilhões — o maior da série histórica iniciada em 1997.
Desempenho que foi puxado pelo principal produto da pauta: a soja. O complexo (grão, óleo e farelo) teve faturamento de US$ 2,2 bilhões, o que representa um aumento de 15,5% sobre os primeiros seis meses de 2022. Também tiveram expansão na receita dos embarques o segmento de fumo e de máquinas e implementos agrícolas.
— Em 2021, que teve uma supersafra, o ritmo de vendas foi bem mais lento. Esse resultado é reflexo de uma venda mais intensa no primeiro semestre. Há um conjunto de setores com um bom desempenho, que estão apresentando dinamismo nas exportações. Isso ajudou no resultado — pontua Sérgio Leusin Júnior, economista e pesquisador do DEE.
Além da base de comparação fraca e do aumento do volume produzido (logo, do disponível para a veda externa) outro fator com impacto foi a seca na Argentina. Leusin Júnior observa que o Rio Grande do Sul acabou entrando com o produto para suprir a necessidade dos hermanos.
O item com o maior avanço percentual no primeiro semestre em faturamento foi a soja em grão: 50,6%, somando receita de US$ 987,05 milhões.
— Embora tenha sido um ano de estiagem, em 2022, foi bem mais intensa. A produção de soja de 2023 é 36% superior à do ano passado. Isso ajuda a explicar muito desse resultado.
Além da base de comparação fraca e do aumento do volume produzido (logo, do disponível para a veda externa) outro fator com impacto foi a seca na Argentina. Leusin Júnior observa que o Rio Grande do Sul acabou entrando com o produto para suprir a necessidade dos hermanos.
Trigo foi um dos produtos que tece recuo de receita no período. Aí, entra o peso da base comparação, ainda que no sentido inverso. O primeiro semestre de 2022 foi de incerteza e especulação com relação à guerra Rússia-Ucrânia, com impacto direto sobre os preços do cereal.