Haverá um antes e um depois desta edição do Freio de Ouro. O motivo está na pista em que a prova é disputada dentro do parque Assis Brasil, em Esteio.
A cobertura colocada sobre o palco da disputa cria uma nova condição para os postulantes ao título da competição mais importante da raça de cavalos crioulos. É a de colocar todos os conjuntos em pé de igualdade na hora de executar as etapas da competição, como foi neste domingo (27) nas provas Bayard-Sarmento e da paleteada. Seja sob o sol forte ou sob chuva intensa.
Essas condições climáticas não impediam a realização da prova, mas traziam uma exigência diferente para os animais. Com o fator tempo fora da jogada, os competidores partem de condições iguais.
— É uma emoção muito maior para todos nós. A cobertura tão desejada, tão discutida. Isso aqui tudo no final do dia tem um objetivo: o cavalo, nossa paixão, nossa devoção — destacou César Hax, presidente da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC), na cerimônia que marcou a inauguração da pista coberta e contou com a presença de autoridades.
Foram 118 dias, cerca de quatro meses, para colocar a estrutura de pé a tempo de receber a grande final deste ano. Para deixar a areia uniforme, entre uma etapa e outra, a ABCCC foi buscar o maior especialista na preparação de pistas. Sergio Toshiba é referência no Brasil todo e foi trazido para o Freio de Ouro. A bordo de um trator equipado com um rastelo, ele uniformiza o palco cada nova entrada dos conjuntos.
Há ainda a iluminação artificial instalada no teto e que mantém a visibilidade no espaço em qualquer tempo e horário — já escurecia no domingo quando os vencedores desta edição foram conhecidos.
É por trazer essas novas condições que a cobertura é mais do que um teto que protege da chuva ou do sol. Passa a ser um novo marco da evolução que permeia essa disputa, também movida pela paixão, como se vê e ouve nas arquibancadas da etapa final, no parque Assis Brasil, em meio à Expointer.