Os sinais de que a chuva tem sido insuficiente para hidratar as lavouras de milho do Rio Grande do Sul estão nas próprias plantas. Folhas enroladas e descoloridas na parte superior e um início de “envelhecimento” das que ficam na base indicam déficit hídrico, aponta o levantamento da Emater sobre a evolução da atual safra em áreas sem irrigação. A precipitação do final de semana e a prevista para os próximos dias, conforme prognóstico do Boletim Integrado Agrometeorológico, chega em etapa crucial.
— Neste momento, entra naquele período mais delicado (do desenvolvimento do milho), e a distribuição da chuva está muito irregular. No contexto geral, estamos dentro de um ano bem tenso — argumenta Alencar Rugeri, diretor técnico da Emater.
De acordo com a previsão, os volumes totais esperados entre hoje e quarta devem oscilar entre 15 e 20 milímetros na maior parte das regiões, podendo superar os 70 mm em localidades do Litoral Norte e nos Campos de Cima da Serra.
Mais do que cair, a chuva precisa ganhar constância e regularidade na distribuição para poder fazer frente à demanda dessa etapa do ciclo.
Além de interferir no desenvolvimento do milho, a falta de umidade também tem atrapalhado o plantio de soja — que está cinco pontos percentuais abaixo da safra passada e da média para o período nos últimos cinco anos. Ainda tem muita água por rolar até o fim da safra, mas o histórico recente do Estado faz deste um momento de atenção. Na cultura do milho, o tempo seco causou perdas nos últimos três ciclos de verão.
— É uma situação perfeitamente contornável. O problema é o que vai acontecer daqui para a frente — pondera Rugeri.