Há dois lados na combinação de tempo seco e ensolarado previsto para a próxima semana na maior parte do Estado, conforme o boletim agrometeorológico integrado da Secretaria da Agricultura. Condição que, se confirmada, permitirá a continuidade e o avanço da colheita da safra de inverno. Pelo dado da Emater, a colheita no trigo teria alcançado 5% da área total estimada. Apontamento da Solo Corretora indica percentual menor, de 1,3% de 1,45 milhão de hectares.
Mais do que viabilizar o trabalho das máquinas no campo, o período mais seco traz outros benefícios para as lavouras do frio, pontua a agrometeorologista Loana Cardoso, da Secretaria da Agricultura. Como, por exemplo, maturação mais uniforme e menor incidência de doenças.
É a perspectiva de manutenção do cenário de precipitações escassas, decorrentes do La Niña, no entanto, que exige atenção para os cultivos de verão.
A soja, principal grão da estação, está com a semeadura em compasso de espera. Produtores seguram o ritmo porque lavouras plantadas agora, ou de cultivares mais precoces, correm o risco de entrar em floração e enchimento, períodos mais críticos do desenvolvimento, sob a influência do La Niña, ou seja, com precipitações abaixo da média. Os modelos climáticos apontam, principalmente, explica Loana, um mês de novembro mais seco, com a perspectiva de o fenômeno se manter, de moderado a fraco, até dezembro. A tendência é de uma mudança de panorama a partir de janeiro, com a normalidade chegando a tempo do estágio em que a umidade é fundamental.
No milho, por ora, não há relatos de problemas, mas áreas que entram em desenvolvimento reprodutivo no final do ano poderão sofrer algum impacto.