Ainda com um percentual de área colhida pequeno, produtores de trigo do Estado devem acelerar os trabalhos na primeira quinzena de novembro. Dados da Emater apontam que o percentual está em 7% do total cultivado, índice abaixo de igual período do ano passado (30%) e da média dos últimos cinco anos (41%). Essa diferença tem relação com o excesso de chuva que acabou interferindo no período de plantio, nas regiões que fazem a semeadura mais cedo.
Para a colheita fluir, é claro, o tempo precisa colaborar. Neste momento, as atenções se voltam para a previsão de mudança drástica das condições, com queda brusca de temperatura e até mesmo a possibilidade de geada tardia.
— Fenômeno extremo fora de época nunca tem benefício, sempre é menos, nunca é mais — pondra Alencar Rugeri, diretor técnico da Emater.
Ele observa que, para a safra de inverno, o risco maior está na Serra, em razão da fase de desenvolvimento das lavouras. No calendário do Estado, a região é a última a plantar. Avaliação semelhante à do presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado (Fecoagro), Paulo Pires:
— Se houver geada, deve ser nas regiões mais frias, mas claro que geada em novembro é totalmente atípica. Claro que, onde houver geada, existe preocupação. Mas o trigo já está pronto.
A preocupação maior recai sobre as culturas de verão, como o milho cultivado nas regiões mais quentes do Estado, como as Missões. Produtor em Caibaté, Luiz Edson Brum Ribas, concorda. O milho pode sofrer efeitos negativos em caso de geada em razão do estágio que se encontra. No trigo, no entanto, o que já foi colhido (cerca de 10% da área) confirma os prognósticos positivos.