A sustentabilidade ganha espaço dentro, mas também “fora” da lavoura. Cada vez mais passa a incorporar os projetos de equipamentos para armazenagem de grãos. A transição do modelo analógico para o digital ajuda a propriedade a ganhar eficiência “com o menor nível possível de recursos”, observa Ricardo Marozzin, diretor-geral da GSI. A empresa, com sede em Marau, integra o portfólio da AGCO e conta com 646 funcionários nas duas fábricas (a segunda fica em Passo Fundo). É o desenvolvimento de soluções dentro do conceito ESG (sigla em inglês que se refere às melhores práticas ambientais, sociais e de governança corporativa) acrescenta:
— Tudo isso, no final do dia, diz respeito a produzir com menor impacto ao meio ambiente.
Sendo o silo um objeto estático, o que pode trazer de tecnologia digital embarcada? Marozzin cita dois exemplos. Hoje, sensores permitem o monitoramento e a checagem correta do processo de secagem pelo qual passa o grão para que possa ser armazenado.
Secar demais pode tirar massa do produto, gerando perda ao produtor, às cooperativas ou às cerealistas que utilizam as estruturas para guardar a produção. Depois, dentro desse espaço, o grão segue tendo de ser conservado em umidade e aeração adequadas, tarefa igualmente realizada por sensores digitais.
— Pelo valor atual das commodities, o silo é um cofre — compara Marozzin.
O déficit de armazenagem no Brasil é estimado em cerca de um terço da produção total (capacidade estática). E, embora a restrição de crédito não tenha impedido novos negócios, a situação preocupa, avalia o dirigente, em razão das pequenas propriedades, que “carecem de políticas públicas de impulsionamento”.