Choveu e há previsão de mais chuva no horizonte das previsões meteorológicas do Rio Grande do Sul, o que é muito bem-vindo e traz alento ao quadro de estiagem. Dito isso, é importante ponderar que as precipitações chegam tarde em muitos pontos do Estado, onde os prejuízos estão consolidados e não podem mais ser revertidos.
– Para o que está perdido, não tem reflexo nenhum. Para aquela parcela que está em enchimento de grãos, é muito bem-vinda – observa Alencar Rugeri, diretor técnico da Emater.
Dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden) conforme boletim da Somar Meteorologia, apontam que nos últimos cinco dias, foram acumulados de 125 milímetros em Quaraí, 95 em Rosário do Sul e 80 em São Lourenço do Sul, Canguçu e Santa Maria.
Gerente de pesquisa da CCGL e coordenador da Rede Técnica de Cooperativas (RTC), Geomar Corassa avalia que o cenário se mantém bastante complexo:
– Difícil saber o que esperar das lavouras de agora. Essas chuvas dão fôlego a mais para as semeaduras mais tardias, entre em dezembro e janeiro. Mas não me atrevo a falar do que impacta na produtividade.
No boletim integrado meteorológico da Secretaria da Agricultura, projeta-se que entre a última quinta e a próxima, os volumes de chuva no RS deverão oscilar entre 20 e 40 milímetros na maioria das localidades. Na Campanha, Zona Sul, Alto Uruguai e no Planalto entre 50 e 80 mm, podendo se aproximar de cem milímetros em alguns municípios. As variações de distribuição, no entanto, persistem e só mesmo o avanço da colheita irá confirmar o tamanho do dano causado pela estiagem que levou 421 municípios a decretarem situação de emergência.