A jornalista Bruna Oliveira colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
A temporada de primavera da pecuária gaúcha dá a largada este ano mostrando que o mercado está aquecido e com promessa de bons preços. Passada a Expointer, quando o principal da genética de raças é colocado na vitrine, os pecuaristas agora se voltam para concretizar negócios nos leilões.
A estimativa do leiloeiro e diretor da Trajano Silva Remates, Marcelo Silva, é de que as médias de comercialização fiquem, no mínimo, 20% acima em relação ao ano passado. A projeção leva em conta os números que vem sendo registrados nos últimos seis meses no Brasil e nos últimos 90 dias no Rio Grande do Sul, segundo Silva.
E a temporada já começou com bons negócios. Em Uruguaiana, a GAP Genética liquidou os 480 animais colocados em pista e registrou faturamento histórico após 11 horas de vendas. Dentre os touros, o destaque foi da raça brangus, que teve média de R$ 26,22 mil.
Em Santiago, teve reprodutor vendido a R$ 40 mil em remate realizado em parceria com o Sindicato Rural do município e a Estância Carcávio, de Santana do Livramento. A região é carente de touros, por isso atrai a atenção de propriedades distantes, conforme o presidente do sindicato, Diogo Cardoso. As médias do leilão ficaram em R$ 25 mil para o plantel de braford e em R$ 13,5 mil nos hereford.
– Foi até superior do que a gente esperava. O preço histórico que se trabalhava era de médias até R$ 18 mil, que já seria um valor muito bom paro o mercado. Para a nossa expectativa, a temporada começou com um preço bem alto. Se tivessem trazido mais animais, tinham vendido. A procura está muito alta – comenta Cardoso.
O diretor administrativo da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Francisco Schardong, que acompanha de perto o setor animal, concorda que a temporada começou aquecida e que a pecuária vive bom momento, assim como a agricultura. Além disso, vê que o novo status sanitário gaúcho de zona livre de febre aftosa sem vacinação abriu novos mercados.
– A genética do Rio Grande do Sul está melhorando ano a ano e isso a nível de Brasil já é reconhecido. Além do momento bom, as propriedades querem o que é bom. E aqui temos do melhor – diz Schardong.
– O pessoal vem investindo, principalmente nos últimos cinco anos, justamente porque vislumbrou a pecuária como um excelente nicho para retorno financeiro. Há uma série de tecnologias novas, o que faz com que o mercado esteja aquecido e melhorando a qualidade do gado – acrescenta Silva.