A jornalista Bruna Oliveira colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Uma iniciativa para valorizar o trabalho dos artesãos e de resgatar a memória da cadeia produtiva da lã no Rio Grande do Sul está quase pronta para abrir as portas em Bagé. O município da Campanha vai abrigar o primeiro Centro de Referência em Artesanato Lãs do RS, que inaugura na quinta-feira (23), às 14h.
O espaço físico é a concretização de projeto que nasceu ainda em 2019 para resgatar o saber e o fazer da lã no Estado. O centro é realizado pela Associação Pampa Gaúcho de Turismo (APATUR), Gestio Consultoria e Projetos e Pangea Cultural, e financiado com recursos de editais de apoio à cultura.
— Desde a formação do RS se trabalha com a lã. Tivemos fazes de ouro, junto com o Uruguai e a Argentina, e depois entrou em declínio em função da produção da fibra sintética. Hoje, o Estado produz em torno de 98% da lã brasileira, mas cerca de 70% é exportado. É uma dificuldade porque não tem lã no mercado interno, mas tem muita gente que ainda trabalha nisso. A nossa ideia é valorizar essas pessoas, porque elas são as guardiãs do conhecimento — diz a museóloga e gestora cultural da Pangea, Letícia de Cássia.
A ideia é que o local seja um espaço funcional para exibir acervo, manter oficinas, capacitações para artesãos e venda de produtos. O endereço é um antigo centro turístico de Bagé que fica na avenida Santa Tecla, 2780. Conforme adianta Letícia, o passo seguinte será a criação do Museu da Lã e da Rota da Lã, que terá como demais núcleos as cidades de Candiota, Dom Pedrito, São Gabriel, Piratini e Hulha Negra.