Aposta de maior disponibilidade de milho no segundo semestre e que trazia expectativa de alívio à indústria de carne, que usa o grão na ração animal, a safrinha brasileira sofreu novo revés. Se no início foi o tempo seco e quente que desidratou as projeções de colheita, na etapa final é frio acompanhado de geada que promete fazer minguar ainda mais os números.
No Paraná (na foto acima, lavoura em Campo Mourão), um dos Estados produtores da segunda safra de milho, o impacto ainda é levantado por técnicos. A tendência, no entanto, é de que haja nova redução na produção, pontua Salatiel Turra, diretor do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura paranaense.
A avaliação vem do fato de que, na última semana, quando aconteceu a geada, 73% das plantações estavam na fase de floração e frutificação, que são críticas para o resultado.
— Na estimativa de safra mais recente, no final de junho, havia redução em torno de 33% em relação à estimativa inicial. Depois disso, ocorreram geadas bastante severas — pontua Turra.
A previsão inicial era de uma safra de 14,7 milhões de toneladas. No último dado, havia encolhido para 9,8 milhões de toneladas, em razão das perdas causadas por estiagem.
— Houve dificuldades no plantio. O tempo seco (no final do ano passado) atrasou o plantio da safra (de verão) e encurtou o período de safrinha — reforça o diretor do Deral.
Situação que se repetiu em outras regiões produtoras de milho segunda safra. Projeção da Companhia Nacional de Abastecimento indicava, no mês passado, colheita 6,8% menor do que no ciclo anterior.