Na cifra de auspiciosos R$ 9,4 bilhões em investimentos — previstos, em andamento ou consolidados — no porto de Rio Grande, entram desde os mais pesados até os mais sutis projetos relacionados à ampliação da capacidade e da infraestrutura do espaço. Dão concretude à ideia de transformar o terminal em hub da América do Sul.
Da efetivação das propostas espera-se ainda a garantia de colheitas futuras da parcela da safra cultivada sobre as águas. Porque uma produção recorde no campo não garante sozinha a colocação desse produto no mercado. A ineficiência logística está para os negócios como o clima para as lavouras: pode representar a diferença entre o resultado positivo e o negativo.
Há quatro anos, quando o Rio Grande do Sul estava em plena colheita de uma safra recorde de verão, as condições climáticas desfavoráveis expuseram o assoreamento do canal no porto de Rio Grande. Sem a realização da dragagem de manutenção, navios graneleiros ficaram impedidos de sair. O atraso no despacho traz um custo adicional que, na prática, encarece o produto. Além de reduzir as margens de quem produz, tira a competitividade na hora da venda.
Quando, em outubro do ano passado, o novo calado foi homologado, na etapa final da dragagem, o porto ganhou potencial. De ampliar em 10% a movimentação, em razão de poder receber embarcações maiores sem risco. E de atrair investimentos. Esse movimento que agora se vê promete deixar cenas como as de 2017, do escoamento trancado em meio à safra, para trás.