A iniciativa que parou devido a protocolos sanitários da pandemia retorna a partir deste sábado (24). A Feira dos Agricultores Ecologistas e a Feira Ecológica do Bom Fim, ambas no Parque da Redenção, em Porto Alegre, retomam a campanha de não distribuir sacolas plásticas.
E, na quarta-feira (28), a Feira Ecológica do Menino Deus, se junta à ação, não distribuindo embalagens descartáveis. A data está dentro da Semana Lixo Zero, na qual as pessoas são convidadas a recusar sacolas plásticas no comércio em geral. A partir deste dia, a feira, que ocorre nas quarta-feiras e nos sábados no pátio da Secretaria de Agricultura (Avenida Getúlio Vargas, 1384 - Porto Alegre), inicia um processo de conscientização ambiental para que, no futuro, os consumidores usem apenas sacolas retornáveis.
De janeiro a março de 2020, todas as edições das feiras ecológicas da Redenção, que são aos sábados, não estavam fornecendo sacolas plásticas. Mas a ação teve de ser interrompida por solicitação de órgãos do poder público em abril.
Como explica Elson Schroeder, responsável pela comunicação da Associação Agroecológica, o momento era de incerteza e queria se evitar o máximo de contato possível entre feirantes e clientes. O retorno em outubro ocorre em um novo cenário, no qual os índices de contaminação na capital estão diminuindo e novos estudos têm sido feitos.
– Também fizemos uma enquete nas nossas redes sociais e deu mais de 90%, nas duas feiras (da Redenção), de apoio para voltar com a retirada das sacolas plásticas – acrescenta Schroeder.
Segundo estimativa da Associação Agroecológica, as 138 bancas na Redenção estavam entregando cerca de dois milhões de sacolas plásticas por ano antes da campanha. Nos 13 sábados de 2020 em que a ação ocorreu, 474,5 mil dessas embalagens deixaram de ser distribuídas.
Quem não tiver ou esquecer sua sacola retornável poderá comprar o produto nas três feiras, que se tornaram parceiras de projetos sociais de economia solidária que fazem reaproveitamento de tecidos e outros materiais.
O cuidado continua
Com as sacolas retornáveis, Schroeder recomenda que os clientes peçam os alimentos e segurem as sacolas para que os agricultores coloquem os produtos nelas, mas esta prática será construída junto ao público e avaliada a cada edição.
As feiras de orgânicos em locais públicos de Porto Alegre não deixaram de funcionar ao longo da pandemia, mas, para isso, adotaram uma série de protocolos. O uso de máscara é obrigatório, as bancas têm uma faixa que separa o consumidor dos produtos, as filas precisam de distanciamento de 1,5 a dois metros entre as pessoas e não é permitido o consumo de alimentos no local.
O que mudou recentemente é que, com a redução do nível de risco de contaminação pelo novo coronavírus em Porto Alegre, as bancas puderam diminuir de 10 para cinco metros a distância entre elas. E nas feiras da Redenção, que são cercadas por fita de demarcação, a capacidade de pessoas no local pôde ser aumentada.
*Colaborou Isadora Garcia