Com milho e farelo de soja como principais ingredientes da ração, a indústria de proteína animal do Rio Grande do Sul acompanha com atenção e preocupação a elevação dos custos de produção. Dados da Embrapa apontam aumento de 31,29% nos gastos em 12 meses. No caso dos grãos, a alta é bem superior. Cenário que já se converte em reajustes no produto que chega às gôndolas dos supermercados – cerca de 5% na última semana. E faz o setor se mobilizar na busca de alternativas.
A Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav) enviou um ofício à ministra da Agricultura, Tereza Cristina, solicitando intervenção do governo. Na semana passada, a tarifa de importação de milho e soja para países de fora do Mercosul foi zerada, na tentativa de garantir abastecimento e desacelerar a valorização desses produtos. O efeito, se vier, será mais adiante, em razão do prazo para chegada do produto no país.
É por isso que a entidade sugere a adoção de outras medidas. No caso do abastecimento de grãos, propõe, por exemplo, “subsídios de equilíbrio de comercialização com valores sustentáveis para produtores e consumidores”. O objetivo é dar previsibilidade à oferta interna, permitindo planejamento do setor, diz José Eduardo dos Santos, presidente-executivo da Asgav:
– Estamos propondo a criação de mecanismo para não ficarmos na insegurança da oferta.
Também alimentada por esses insumos, a indústria de suínos se mostra igualmente preocupada.
– Os valores estão muito voláteis. Diariamente, tem novidade nas cotações de milho e farelo – observa Rogério Kerber, diretor-executivo do Sips.
Nos cortes de suínos também já houve ajustes, entre 5% e 8% na última semana, e novos não são descartados.