O jornalista Fernando Soares colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Os técnicos agrícolas da Emater recusaram, em assembleia realizada na sexta-feira (10), proposta de acordo coletivo para a categoria e deverão propor a reformulação do plano de carreira dos servidores. O texto reprovado por 167 profissionais, totalizando 99% dos votos, não previa reajuste salarial e contemplava a retirada da multa por atraso no pagamento de salário, fim de anuênio e decênio, além de modificações em cláusulas sociais como as licenças paternidade e maternidade.
O vice-presidente do Sindicato dos Técnicos Agrícolas do Estado (Sintargs), Vinicius Manfio, afirma que os servidores realizaram uma contraproposta, cedendo em alguns dos pontos colocados na mesa de negociação. Entre as sugestões estão reajuste zero neste momento desde que haja negociação das perdas em 2021, mudança da data de pagamento do segundo para o quinto dia útil do mês e redução da licença paternidade com a licença maternidade sendo mantida em seis meses.
Ainda assim, um dos pontos centrais defendidos pelo Sintargs é a reformulação do plano de carreira junto à diretoria da Emater e ao governo do Estado. Os técnicos alegam estar recebendo 4,68% a menos do que determina o plano atual e este é um dos fatores que tem motivado a saída de profissionais para a iniciativa privada. Cerca de 70 técnicos já aderiram ao plano de demissão incentivada (PDI) da empresa de assistência técnica.
-Muitos colegas pediram demissão ou licença nos últimos anos para trabalhar em empresas privadas. Com um plano de carreira, poderíamos abordar esse problema e conter a saída de profissionais – argumenta Manfio.
O presidente da Emater, Geraldo Sandri, ressalta que a negociação do acordo coletivo é conduzida pelo Grupo de Assessoramento Especial (GAE) ligado à Secretaria da Fazenda. No entanto, o dirigente enfatiza que há disposição para debater a reformulação do plano de cargos e salários.
-Estamos dispostos a abrir diálogo em uma comissão paritária e construir uma proposta que seja viável dentro das atuais circunstâncias - pontua Sandri.
Atualmente, a Emater conta com 564 técnicos agrícolas, o que representa 27% do quadro de funcionários. Os profissionais prestam assistência a produtores rurais do Estado, além de elaborar projetos de crédito, licenciamentos, perícias e classificar produtos de origem vegetal.