
Com o aporte financeiro garantido, a Emater colocará em prática programa de desligamento incentivado para 318 funcionários. As inscrições abrem na próxima segunda-feira e as saídas devem começar a ser concretizadas em maio. Segundo o presidente da instituição, Geraldo Sandri, a proposta faz parte de plano de ajuste diante das contenções de orçamento ao longo dos últimos anos – cerca de 70% dos recursos vêm de convênio com o governo do Estado.
Hoje com 2,1 mil pessoas no quadro, a Emater utiliza 80% da verba anual para a folha. Com a medida, a estimativa é reduzir 15% do quadro, com impacto de 25% sobre gastos com salário. Sandri diz que o público elegível para o programa engloba servidores com condições de aposentadoria e “muitos que trabalham na atividade-meio”:
– Certamente haverá algum impacto. Mas pretendemos reformular o atendimento, com investimento em tecnologia, ter ganho de escala.
Sem contrariedade à iniciativa, o Sindicato dos Empregados em Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas e de Fundações Estaduais do Rio Grande do Sul (Semapi) faz uma ressalva.
– Tem de ser prevista reposição de pessoal. Empresa tem de realizar seleção pública. Em dezembro, quando foi lançada a possibilidade de um PDI, nossa observação era essa, para não diminuir capacidade de atendimento – observa Cecilia Bernardi, diretora do Semapi.
Ela reforça que hoje a capacidade já é reduzida – são cerca de 200 mil famílias por ano, de um contingente de cerca de 400 mil produtores familiares. Como não houve reposição no programa de desligamento incentivado anterior, os funcionários que ficaram “estão fazendo o mesmo trabalho com menos pessoas”:
– Já há sobrecarga. Nenhuma tecnologia pode fazer contato direto com o produtor.
Por ora, seleção não está no horizonte. O foco é reorganizar a forma de atuação.
– Isso não implica que, ali na frente, diante de aprovação do governo, não possa haver reestruturação do quadro. Mas em outro momento – diz Sandri.
Para o PDI, houve suplementação orçamentária de R$ 10,08 milhões.