O Ministério da Agricultura diz que solicitará nesta semana que a China retire a suspensão imposta a mais dois frigoríficos brasileiros. A unidade da JBS de Três de Maio e a parte de suínos da BRF de Lajeado foram desabilitadas a realizar embarques pelo órgão chinês que também faz o controle de mercadorias na aduana (o GACC, na sigla em inglês).
Em nota, a pasta brasileira explica que fará o pedido, porque as duas plantas, com inspeção federal (SIF) “cumprem todos os requisitos sanitários acordados entre o Brasil e a China para exportação de carne suína".
O mesmo procedimento já havia sido adotado pelo ministério em relação aos outros três estabelecimentos que tiveram restrições anunciadas na semana passada (um deles o da Minuano, em Lajeado).
Ainda de acordo com a Agricultura, não foram informadas as razões para adoção da medida. Mas acrescenta que o Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal da Secretaria de Defesa Agropecuária “tem prestado todas as informações solicitadas pela GACC”.
O serviço chinês havia feito questionamentos sobre casos de covid-19 registrados em frigoríficos brasileiros. Sem explicações formais apresentadas, abre-se espaço para especulações sobre a razão que fez o país asiático barrar essas unidades.
Agora já oficialmente comunicada da decisão, a BRF reforçou (veja íntegra abaixo) que já está buscando, com autoridades dos dois países a reversão da suspensão “no menor prazo possível”. A empresa acrescenta que “entre os trabalhadores da planta gaúcha, não há registro de nenhum caso ativo da doença”.
A JBS mantém a posição de não se manifestar sobre o assunto. E ontem retomou as operações da fábrica de Passo Fundo, que estava interditada e na semana passada foi preventivamente embargada pelo Ministério da Agricultura.
NOTA DA BRF
A BRF informa que já está atuando junto às autoridades brasileiras e chinesas, incluindo o Ministério da Agricultura – MAPA, o Ministério de Relações Exteriores – MRE, a Embaixada da República Popular da China no Brasil e a Administração Geral das Alfândegas da China – GACC, para reversão da suspensão de exportações de carne suína provenientes de sua unidade de Lajeado (RS) no menor prazo possível e tomando todas as medidas cabíveis para restabelecer tal habilitação. A empresa ressalta que, entre os trabalhadores da planta gaúcha, não há registro de nenhum caso ativo da doença. Desde o início do surto de Covid-19, em janeiro, a BRF adotou protocolos de saúde e planos de contingência em todas as unidades nas quais tem operação no Brasil e no mundo. Vale salientar ainda que os órgãos chineses já realizaram testes em mais de 50 mil amostras de alimentos de forma aleatória procedentes de diversos países e das mais variadas empresas e nada foi constatado até o momento.
A Companhia ressalta a segurança e a alta qualidade de suas proteínas animais fornecidas no mundo inteiro, que estão em conformidade com os regulamentos e os rígidos padrões internacionais de segurança e higiene alimentar.
De acordo com a OMS e outras autoridades de saúde reconhecidas no mundo inteiro, não há evidências de que a Covid-19 possa ser transmitida por alimentos ou suas embalagens. Estudos feitos sobre o novo Coronavírus também mostram que a transmissão ocorre de pessoa para pessoa ou pelo contato próximo com pessoas infectadas. Portanto, o reforço de medidas de higiene pessoal, utensílios e superfícies são as recomendações para se evitar o contágio.
Além disso, os protocolos de qualidade da Companhia se baseiam nos cinco pilares de segurança alimentar definidos pela Organização das Nações Unidas (ONU), do campo à mesa. Mesmo neste cenário desafiador em que a Covid-19 atingiu diversos países do mundo, a BRF segue respondendo às novas necessidades globais, elevando os patamares de segurança e qualidade em todas as suas operações – princípios fundamentais e inegociáveis para a Companhia.
Para proteger a saúde das pessoas, a BRF estabeleceu medidas e protocolos. Afastou da operação profissionais do grupo de risco, implantou protocolo de testagem e se mantém vigilante diante de qualquer caso suspeito, adotando procedimentos para evitar a propagação no ambiente de produção. Estas medidas fazem parte de uma série de ações protetivas coordenadas por um comitê criado especificamente para combater a Covid-19 em todas as unidades da BRF no país e também foram adotadas em Lajeado para garantir a saúde, segurança e integridade de toda a cadeia operacional, do campo ao consumidor.