Para cada quilo de arroz produzido são necessários inúmeros investimentos por parte do agricultor. Nos últimos anos, os valores desembolsados superaram a receita, causando prejuízos. Neste ano, a relação de troca tem sido considerada favorável. Em pleno período de safra, o valor do produto se mantém valorizado – ontem, fechou a R$ 62,35 a saca de 50 quilos, em casca, segundo o indicador Esalq/Senar-RS, variação de 8,97% no mês.
Levantamento realizado pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) e divulgado ontem aponta em R$ 64,70 o custo para produzir cada saca na safra 2019/2020, alta de 13,34% sobre a safra anterior. Mas é necessário fazer algumas considerações.
A primeira delas é a da variação cambial. Na tabela do órgão, é considerada a cotação do dólar de R$ 5,6968 (período de 1 a 20 de maio). No momento em que os insumos foram adquiridos, no ano passado, o valor do real frente à moeda americana era outro.
Além disso, o economista Álvaro Escher, da seção de política setorial do Irga, explica que é feito custo ponderado dos locais pesquisados (Uruguaiana, Cachoeira do Sul, Pelotas e Santo Antônio da Patrulha), incluindo itens (no total são 26) que não costumam ser levados em conta.
Neste momento, há que se pesar os efeitos do coronavírus. A pandemia tem mexido com o câmbio e com o preço do arroz.
E a estiagem que tanto prejudicou outras culturas impulsionou a produtividade nas lavouras do cereal, que será recorde.